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10 competências para garantir emprego

10 competências para garantir emprego

A Ransdtad divulgou o relatório Flexibility@Work 2016 que clarifica os desafios que enfretam os profissionais na era digital, identificando as competências-chave para o futuro. O estudo confirma o que os empregadores há muito denunciam: estamos a formar profissionais com as competências erradas. 

15.07.2016 | Por Cátia Mateus


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As competências necessárias aos profissionais e empregadores estão em mutação constante e o sistema de ensino não está a conseguir acompanhar a velocidade de um contexto empresarial global, onde as competências técnicas e os graus académicos já não são o único requisito que se exige a um bom profissional. Por cada emprego altamente qualificado que é criado, surgem 2,5 a 4,4 empregos adicionais. As contas são claras no relatório Flexibility@Work 2016 – O Futuro do Trabalho na Era Digital, elaborado pela Randstad em conjunto com a Universidade de Utrecht e a Universidade de Leuven, tendo como base de análise os países da OCDE.

O estudo denuncia uma rápida desindustrialização e polarização do emprego nestes países, potenciada pela transformação digital da economia. “Aumenta o número de trabalhos com salários muito altos e baixos, em detrimento do salário médio que está a diminuir”, releva José Miguel Leonardo justificando a tendência com “o efeito da automatização, da robotização e do outsourcing de muitos empregos”. Por outras palavras, à medida que forem criados mais empregos altamente qualificados para suportar os produtos digitais e a tecnologia, teremos um aumento proporcional de emprego com baixas qualificações. Um cenário que a crescente necessidade de perfis STEM (Science, Technology, Engineering and Maths) ajudará a acentuar.

Entre ambos os pólos, um problema comum: a ausência de competências hoje consideradas essenciais pelos empregadores. “Os empregadores dizem que não podem preencher vagas porque até mesmo os candidatos altamente qualificados têm as competências erradas”, explica José Miguel Leonardo. Para o líder da Randstad, os sistemas de ensino estão a “educar os profissionais de amanhã com as competências necessárias para a indústria de ontem” e falham o leque de skills hoje consideradas vitais pelo empregadores (ver caixa). Muitos empregadores estão, segundo o estudo, “preocupados com o facto de os candidatos não terem as soft skills necessárias como a comunicação interpessoal e habilidades analíticas de resolução de problemas”.

Para José Miguel Leonardo, “o futuro do trabalho exige uma mudança sistémica na educação e na formação, uma vez que as necessidades do negócio são redesenhadas continuamente pela tecnologia, criando lacunas de competências que as pessoas terão de enfrentar”. O CEO da Randstad acrescenta que é obrigatoriedade das empresas de Recursos Humanos “acompanhar este processo de transformação para garantir o re-equilíbrio do mundo do trabalho nesta revolução digital”.

Emprego de alta-tecnologia
Segundo o relatório, “os empregos tradicionalmente associados ao salário médio (trabalhadores da linha de montagem, processadores de dados, empregados e supervisores) estão a começar a desaparecer, seja através da deslocalização ou da automação”. Mas não se pense que o estímulo ao emprego de alta tecnologia não pode apoiar a empregabilidade destes profissionais. “Uma política voltada para o emprego de alta tecnologia pode ajudar a aumentar ambos os grupos de trabalho”, realça o relatório que demonstra ainda que “o estímulo ao emprego de alta tecnologia ajuda ao invés de prejudicar o crescimento do emprego na parte inferior” já que por cada emprego tecnológico criado, vários outros de menores qualificações são gerados, além de que “os empregos STEM são mais resistentes a choques económicos e durante as recessões tendem a ser associados a maiores níveis de produtividade, crescimento e criação de emprego”.

Porém, não restam dúvidas para José Miguel Leonardo que neste processo, a qualificação técnica é fundamental, mas o treino das competências comportamentais não é menos relevante. “As necessidades do negócio são redesenhadas continuamente pela tecnologia, criando lacunas de competências que as pessoas e os países terão de enfrentar”, defende o CEO da Randstad. Para José Miguel Leonardo, “os tipos de habilitações que os empregadores necessitam estão em mutação constante. Os trabalhadores precisam de aprender e adaptarem-se continuamente às mudanças e a novas indústrias”.

O especialista reforça o desafio imenso que isto constitui para um sistema de ensino que nem sempre sabe responder à velocidade que o mercado exige. “Os sistemas de ensino estão muitas vezes desadequados para desenvolver essas habilidades dinâmicas nos estudantes”, reconhece acrescentando que “a maioria das escolas e universidades tem como base pedagógica uma educação do século XX”. Para o líder da Randstad é hoje mais urgente que nunca, aproximar os empregadores das escolas e universidades para desenvolver currículos académicos e educativos que só podem beneficiar do conhecimento prático e da experiência de quem está no mercado.

As 10 soft skills mais relevantes para a empregabilidade
O fit entre o candidato e a vaga disponível não se faz só de competências técnicas. Em muitos casos elas podem até nem ser o requisito principal, cedendo o protagonismo às competências comportamentais (as designadas soft skills), cada vez mais valorizadas pelos empregadores. Mesmo no auge da crise económica, com desemprego elevado e inúmeros profissionais disponíveis no mercado, muitos empregadores denunciaram dificuldades de contratação.

O gap entre os profissionais disponíveis no mercado e as necessidades das empresas foi, como hoje continua a ser, notório. Um desfasamento que não se deve apenas ao défice de qualificações técnicas, mas antes à ausência de competências comportamentais que para as empresas são hoje obrigatórias. Esta falha atinge, segundo o estudo da Randstad, tanto os trabalhadores altamente qualificados como os de menores qualificações e particularmente evidente nos campos da comunicação interpessoal e habilidades analíticas de resolução de problemas.

Para o líder da Randstad Portugal, o estudo esta semana divulgado, comprova que “os jovens muitas vezes não têm certas competências sociais e emocionais, tais como as que envolvem o trabalho em equipa, o que pode minar o uso das suas habilidades cognitivas” e reduzir significativamente o seu potencial de empregabilidade. O relatório Flexibility@Work 2016 identifica dez soft skills chave, consideradas vitais pelos empregadores e que segundo os próprios liderarão os processos de recrutamento em 2020. Alavancar o potencial de empregabilidade exige dos profissionais uma escolha de formação adequada e orientada para as necessidades do mercado e das empresas, mas também trabalhar competências não formais como estas: resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, coordenação com pessoas, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisão, orientação para os serviços, negociação e flexibilidade cognitiva. Aposte nelas.



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