Ruben Eiras
O Instituto Politécnicoda Guarda (IPG) decidiu
investir 75.000 euros num sistema de formação via Web para
complementar o ensino em sala de aula e quebrar o nó górdio
do isolamento da escola face às universidades do litoral do país.
Conheça o sítio
de formação à distância do IPG
A FRACA assiduidade dos alunos às aulas a seguir à conclusão
do primeiro estágio foi o factor que levou a Escola Superior de
Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda (IPG)
a investir num sistema de "e-learning".
"Como nós funcionamos com licenciaturas bi-etápicas
(bacharelato e licenciatura), a maioria dos estudantes começava
a trabalhar depois de concluírem o estágio do bacharelato.
Muitos desistiam por não poderem assistir às aulas",
explica Constantino Rei, director daquela entidade de ensino.
O sistema está desenhado para funcionar como um canal complementar
do ensino tradicional e presencial. Não só os conteúdos
de todas as disciplinas estão disponibilizados na plataforma, como
também é possível aos alunos contactarem directamente
com os professores para esclarecimento de dúvidas e acompanhamento
da matéria.
O IPG investiu 75.000 euros na fase inicial de desenvolvimento do sistema
de "e-learning", o qual está concebido para formar cerca
de 2000 alunos. O pojecto está a ser conduzido pela Saf-Novabase.
Em funcionamento há cinco meses, Constantino Rei avança
que o sistema de formação à distância também
está projectado para prestar serviços de formação
contínua e reconversão profissional na área das tecnologias
de informação. "Além disso, o 'e-learning'
reduz as nossas assimetrias em relação ao litoral do país,
já que permite formar uma população dispersa e aceder
a centros de conhecimento mais avançados", argumenta aquele
responsável.
A lógica da construção de uma rede de conhecimento
baseada no sistema de formação via Web é outros dos
objectivos de Constantino Rei. "Assim como a Internet nos negócios,
também o 'e-learning' deve ser utilizado de uma forma realista,
funcional e focalizada no reforço da cooperação e
da rede de parceiros", reitera.
Com efeito, o IPG já está inserido na Rede Pólo,
uma rede de instituições universitárias localizadas
na zona transfronteiriça luso-espanhola que tem como objectivo
criar um centro de produção de conteúdos dirigidos
à utilização em cursos e mestrados à distância.
Pertencem a esta rede a Universidade da Beira Interior, Universidade de
Salamanca, a Universidade de Valladolid, a Universidade de Léon
e os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e de Viseu. "Desta
forma, todos ganham, porque diminuímos os custos de produção
e enriquecemos a qualidade pedagógica da formação",
defende o dirigente daquela escola beirã.
No mesmo âmbito de cooperação está na calha
o Projecto Reintegrar. A meta é levar a integração
sócio-profissional com o auxílio da formação
à distância aos reclusos dos estabelecimentos prisionais
da Guarda e de Espanha. "Através desta colaboração
transfronteiriça, queremos quebrar o nó górdio do
'abandono' do litoral e criar mercado em parceria com as regiões
espanholas junto da fronteira portuguesa. Cooperação transnacional
é o caminho a seguir", remata Constantino Rei.