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«Há que apostar no auto-emprego»

27.06.2003


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Fernanda Pedro

A GRANDE escola do Alentejo é, sem dúvida, a Universidade de Évora. A ligação à região é uma realidade incontornável para esta instituição, não fosse ela a única universidade em solo alentejano.
Numa região onde o desemprego tem mais expressão do que noutra qualquer, é normal que a universidade tenha consciência do facto e lute para alterar a situação.


Nesse sentido, a sua atitude "é pró-activa. Não aceitamos a passividade", afirma Manuel Patrício, reitor da Universidade de Évora. É por esse motivo, para este responsável, a Universidade de Évora "é a chave decisiva para o desenvolvimento do Alentejo e, em particular, para a criação de emprego nesta vasta região do país".

Dessa forma, a postura da instituição aponta para o empreendedorismo. Para Manuel Patrício, o objectivo da universidade é "preparar mais os nossos futuros diplomados para a construção do seu próprio emprego ou empresas do que para a expectativa estática de ocupação de empregos inexistentes ou escassos".

De acordo com este responsável, a realização pessoal dos seus alunos, bem como o desenvolvimento da comunidade dependem de uma nova geração empreendedora e pró-activa. "É para a formação desta que orientamos todo o nosso trabalho", salienta o reitor.

Foi também dentro desta perspectiva que a Associação de Estudantes da Universidade de Évora e a empresa de serviços financeiros Fiducial estabeleceram um acordo com o objectivo de apoiar os estudantes na criação de negócio próprio.

O projecto pretende facultar aos sócios da associação académica interessados um estudo de viabilidade económica de forma a promover a criação de um negócio próprio. Ambas as instituições ambicionam constituir uma base para promover novos projectos empresariais e dinamizar a economia regional.

De acordo com Manuel Patrício, o compromisso com a sociedade é vital. "É imperativo investigar os problemas da sociedade, porque a universidade não existe para olhar para o seu umbigo mas sim para equacionar e resolver os problemas do mundo que a rodeia".

É por essa razão que "implantada no coração do Alentejo só por autismo patológico a universidade poderia alhear-se da sociedade envolvente. Nunca o fez, não o faz agora, nem no futuro o fará", admite o reitor.

Investigar para desenvolver a região


Nesta orientação, Manuel Patrício explica que, seja na esfera do ensino - licenciaturas e pós-graduações -, seja na da investigação, ou no domínio da cooperação e prestação de serviços à comunidade, o quadro de actividades desenvolvidas pela universidade evidencia o forte compromisso que a universidade assume com a sociedade.

"Dessa forma, reestruturámos profundamente o leque de licenciaturas a ministrar para o próximo ano lectivo. Além disso, os projectos de investigação, bem como os acordos de cooperação existentes têm como meta principal ajudar o desenvolvimento da região", refere. O responsável adianta ainda que, sem a universidade, "Évora e o Alentejo não seriam hoje senão uma pálida expressão".

A universidade eborense tem desenvolvido uma estratégia integrada de investigação para encontrar soluções de forma a aumentar as potencialidades da região alentejana. Neste plano, em 2002, foram apresentadas na Universidade 110 candidaturas a projectos de investigação, tendo sido aprovados 26.

O reitor assinou 57 convénios e protocolos genéricos de colaboração entre a Universidade e outras instituições, organismos e empresas. São vários os projectos de investigação ligados à região elaborados pela universidade alentejana.

Entre eles contam-se o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação para apoio ao sector empresarial do Alentejo e Extremadura (Espanha); experimentação e divulgação de tecnologias conservativas do solo e da água, para uma agricultura de regadio sustentável, na bacia do Guadiana e outro de renovação das oportunidades turísticas entre o Alentejo e a Extremadura espanhola.






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