Inovar a forma como a maior agência global desenvolve o seu negócio, desde as parcerias com empresas de tecnologia a investimentos em startups e colaborações com centros de investigação, é o objetivo do português que cursou Economia em Coimbra, mas que se rendeu ao mundo dos media depois de ter entrado por engano numa aula do Pulitzer de Jornalismo, Randy Smith, na Universidade do Missouri.
Licenciou-se em Economia na Universidade de Coimbra e tornou-se mestre na mesma área pela Universita Cattolica di Milano. Chegou a exercer a profissão, estreando-se mundo profissional com num estágio nas Nações Unidas, em Nova Iorque. “Trabalhava como economista e desenvolvia pesquisa sobre temas relacionados com transferência de tecnologia, no âmbito do projeto Science and Technology for Development”, relembra. A experiência inspirou-o a escrever um livro sobre inovação invertida e a realizar um estudo alargado sobre o impacto dos novos media na democracia, que lhe mudou a carreira. Uma conferencia TED para apresentar o tema levou-o a entrar ao engano numa sala da Business School onde decorria uma aula de jornalismo com Randy Smith. “A aula fascinou-me”, recorda.
Desencantado com a Economia, mudou de rumo. Ingressou no MBA de Media Management na Universidade do Missouri e estabeleceu com Randy Smith uma relação de trabalho próxima que lhe permitiu participar em alguns projetos na área da inovação digital. Um deles era desenvolvido com a Associated Press cuja equipa de Corporate Strategy acabou por integrar. A ânsia constante de conhecimento que o caracteriza levou-o, mais tarde, a realizar uma pós-graduação em Media e Tecnologia na Comumbia University, como bolseiro.
O percurso que foi trilhando e sua curiosidade pela inovação na área dos media chamou a atenção dos docentes em Harvard que o convidaram a integrar a universidade como investigador. Divide-se entre a carreira na Associated Press e a investigação, num trabalho que “é um exercício macroeconómico: compreender as variáveis que afetam o mercado” e alimenta sonhos maiores: quer “gerir uma empresa de media que desenvolva trabalho entre Portugal e os Estados Unidos e continuar a promover o diálogo na área dos media entre o mundo académico e o empresarial”.
Quando lhe perguntam o que liga a terras lusas, não hesita em afirmar que o que hoje é “foi forjado em Portugal” e é ao país, que segue com expectativa, que gostaria regressar, ainda que tema que, “como tantos jovens com potencial transformador” retarde demais o regresso.
Perfil
Francesco Paulo Marconi
28 anos
Líder de estratégia corporativa da Associated Press
Formação:
É licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra e mestre na mesma área pela Universitá Cattolica di Millano. Possui um MBA em Media Management pela Missouri School of Journalism e uma pós-graduação em Media e Tecnologia pela Columbia Business School, entre outras ligações académicas à Harvard University, como investigador.
Percurso:
Iniciou a carreira nas Nações Unidas, em Nova Iorque, antes de se render ao mundo dos media que o haveria de conduzir à Associated Press, onde tem feito carreira. É também investigador do Berkman Center for Internet & Society, da Universidade de Harvard.
Ambição:
Gerir uma empresa de media que desenvolva trabalho entre os Estados Unidos e Portugal e continuar a promover o diálogo na área dos media entre o mundo académico e empresarial.