Quando se recruta não é só para a posição em questão. Para Filipa Figueira, diretora de Recursos Humanos (RH) da MSD Portugal, “tem de se garantir bases sólidas, mas é preciso também que o candidato tenha flexibilidade e agilidade para continuar a progredir no futuro na empresa”, requisitos que aponta como “críticos”. ?Nos últimos anos, a MSD Portugal não tem realizado grandes contratações em volume, mas tem tido recrutamentos cirúrgicos “e com foco no complemento ao talento interno” que a empresa quer continuar a reforçar.
O contexto é desafiante e deverá fazer crescer a farmacêutica, que emprega atualmente 291 profissionais, a médio prazo, ainda que Filipa Figueira confirme não ter previsão de um crescimento elevado no headcount da empresa já no próximo ano. Tal não significa, segundo a responsável, “que não existam contratações”. Elas estão previstas e enquadram-se no novo modelo de desenvolvimento de talento em vigor na empresa.
A MSD Portugal tem vindo a apostar numa nova abordagem aos processos de recrutamento. “Temos um processo interno de avaliação de sucessão que permite identificar e desenvolver potenciais candidatos”, confirma a diretora de RH. Quando é necessário equilibrar as contratações internas e obter diferentes perspetivas, a empresa recorre a contratações externas utilizando o seu “center of excellence de staffing, num processo que pode, ou não, envolver um parceiro local de uma empresa de recrutamento”, explica.
Com ou sem parceiro de recrutamento, há critérios e competências que são imperativas para passar no crivo da diretora de RH e entrar na empresa. Filipa Figueira valoriza candidatos que tenham “um mindset daquilo que vão ser as necessidades futuras do negócio, seja pelas experiências que já tiveram, seja pelas soft skills” e que tenham capacidades de relacionamento interpessoal, agilidade mental e um perfil claramente orientado para a procura de soluções.
Filipa Figueira
38 anos
Diretora de Recursos Humanos da MSD Portugal
Formação:
É licenciada em Psicologia Social e das Organizações, pós-graduada em Gestão e concluiu ainda o Programa Avançado em Gestão de Recursos Humanos e várias formações corporativas no campo do desenvolvimento de Liderança.
Primeiro emprego:
Iniciou a vida profissional com um estágio profissional na Companhia Portuguesa Radio Marconi, aos 22 anos.
Percurso:
Depois de uma experiência de carreira na área da consultoria de recursos humanos - na Mercer Human Resources Consulting -, integrou diversas multinacionais. Passou pela Philip Morris, Ericsson e Novartis, onde foi assumindo crescentes responsabilidades no campo dos recursos humanos. Na MDS, cuja área de Recursos Humanos agora dirige, atua como parceira estratégica da empresa no desenvolvimento de talento.
Maior desafio profissional:
As restruturações corporativas em que esteve envolvida foram os maiores desafios de carreira que teve. “O impacto das restruturações nas pessoas com quem trabalhamos é sem dúvida das maiores dificuldades” para um líder de recursos humanos, reconhece.
Competências que valoriza:
“Capacidade de relacionamento interpessoal, agilidade mental, orientação para soluções e, acima de tudo, potencial para crescer”.