Swásthya Yôga
- uma alternativa saudável
As doenças, o stress e uma profissão
que satisfaz pouco são as principais causas de mal-estar. As pessoas
procuram alternativas a um estilo de vida exclusivamente dedicado ao trabalho.
O Yôga está cada vez mais em voga no mundo ocidental e o
Expressoemprego foi falar com o Professor António Pereira
para saber porquê.
Professor de Swásthya Yôga há
vinte anos, António Pereira é discípulo directo do
fundador da Universidade Internacional de Yôga (Uni-Yôga)
- o Mestre DeRose - e Director-Geral de uma das sete unidades da Rede
DeRose a funcionar em Portugal.
A principal vertente da actividade desenvolvida pela Uni-Yôga é
a formação de instrutores de Yôga - uma profissão
em ascensão.
ExpressoEmprego:
Quais as vantagens do Swásthya Yôga
para quem enfrenta o dia-a-dia de trabalho?
António Pereira: O Yôga, sendo
uma filosofia de vida, tem como meta o auto-conhecimento. Engloba um conjunto
de técnicas que nos ensina a respirar melhor, a concentrarmo-nos
melhor, a adquirir uma postura corporal correcta, a ter uma sexualidade
sadia, a alimentarmo-nos de uma forma mais saudável...enfim, ensina-nos
a viver melhor e permite-nos ter mais vitalidade e energia.
Um dos grandes problemas actuais é o excesso de stress - vivemos
numa sociedade em constante mudança - e o stress é a energia
de adaptação à mudança. Quando não
temos o potencial energético que nos permite adaptar às
mudanças, gera-se stress.
Como o Yôga aumenta o potencial energético do ser humano,
prepara-nos para enfrentar o stress de uma forma saudável. Quem
faz Yôga trabalha mais, tem uma produtividade maior e cansa-se menos!
Isso acontece não só com os profissionais de Yôga,
como também com todos os nossos alunos. O que os nossos alunos
nos dizem, mesmo ao fim de apenas uma ou duas práticas, é
que passam a ver a vida de um modo mais positivo, mais abrangente. Vêm
mais perspectivas e hipóteses de saída para um problema.
Por exemplo, quando uma pessoa é despedida sente-se mal, fica sem
meios de subsistência. Mas daí pode surgir a oportunidade
de realizar outra coisa mais positiva em termos de crescimento pessoal
e até de crescimento económico.
Aprende-se a trabalhar, a gostar daquilo que se faz sem ficar ansioso
e desgastado com os timings de trabalho, aprende-se a gerir melhor o tempo
de trabalho e o tempo pessoal. A irritabilidade diminui, a produtividade
aumenta, e os relacionamentos interpessoais melhoram.
EE: Quem
são os alunos de Swásthya Yôga? O que fazem?
AP: O Yôga esteve sempre relacionado com
energia, força e poder, e é sobretudo direccionado para
os jovens. Até porque para atingir a meta do auto-conhecimento
é necessário tempo real para metabolizar esse processo de
transformação. A nossa média de idades está
entre os 18 e os 35 anos. Depois, existe uma faixa um pouco além
- entre os 40 e os 45 - e alguns alunos com 16/17 anos. Temos pessoas
com todo o tipo de actividades: jovens empresários, profissionais
liberais, médicos, artistas, jornalistas, desportistas profissionais,
estudantes universitários etc.
EE: Quantas
horas de Swásthya Yôga por semana são necessárias
para obter resultados?
AP: Duas horas por semana, no mínimo,
já produzem bons resultados. Como filosofia de vida, deve ser praticada
24 horas por dia, ou seja, quando a pessoa estuda e se identifica com
a filosofia, ela passa o dia-a-dia a praticar Yôga - quando trabalha,
quando namora etc… passa a fazer parte do seu código genético.
Aos poucos vai modificando os seus hábitos visando uma melhor qualidade
de vida. Modifica a sua alimentação, se fumava, vai muito
provavelmente deixar de fumar, aprende a respirar correctamente e vai
tomar mais consciência do seu corpo.
Depois, existe o praticante que vem à escola, aprende as técnicas
mas que não transformou nada na sua vida e continua com os seus
hábitos pouco saudáveis.
EE: Existem
exercícios práticos direccionados para pessoas que exercem
determinado tipo de profissões?
AP: O Yôga não tem, directamente,
essa proposta terapêutica. A proposta é levar ao auto-conhecimento
e daí vem um fortalecimento a nível pessoal que requer uma
evolução do organismo. Contudo, o Yôga ensina exercícios
que podem ser adaptados a qualquer profissão. Por exemplo, uma
pessoa que trabalha num escritório, nocomputador; uma das consequências
é ficar com tensão nos ombros devido à utilização
do rato. O teclar pode provocar tendinite e existe uma maior propensão
para ficar barrigudo (devido à própria posição).
Existem exercícios que podem ser incorporados no escritório
- a pessoa pára um pouco e em cinco minutos faz uma descontracção
do pescoço, dos ombros, uma rotação dos pulsos. Da
mesma forma, para outro tipo de profissionais, como atletas de alta competição,
existem técnicas que previnem lesões, diminuem a ansiedade
antes das competições e aumentam em muito o rendimento.
EE: Existem
empresas na Europa e nos E.U.A. que fomentam a prática de Yôga,
pagando as aulas aos seus colaboradores. Essa prática está
a ser implementada em Portugal?
AP: Sim, existem jovens empresários nossos
alunos que têm fomentado, através da sua empresa, a prática
do Yôga entre os seus funcionários. E os resultados são
satisfatórios! É um investimento porque o Swásthya
Yôga fortalece o sistema imunológico, reduz a tendência
de contrair doenças e ao mesmo tempo há uma maior satisfação
no trabalho. Existem teorias dos ciclos de sono que defendem que devemos
dormir a sesta, como os espanhóis. Algumas empresas nos E.U.A.
instituíram as salas de sono para as pessoas poderem descansar
20 ou 30 minutos, sobretudo depois do almoço, porque sabe-se que
na prática a pessoa vai render mais. O aumento de produtividade
não depende do aumento de horas de trabalho. Às vezes a
pessoa produz muito mais em quatro horas do que em oito, durante as quias
se anda a arrastar pelo local de trabalho!
O Swásthya Yôga praticado logo ao início do dia tem
um efeito revigorante. A meio da tarde evita o efeito de cansaço
e sonolência. Após o horário laboral tem um efeito
relaxante e é muito útil para os profissionais liberais,
pessoas sem horários rígidos. Praticam às 19:00h,
20:00h e depois voltam para o seu trabalho. É uma forma de quebrar
a rotina. O Yôga é muito bom para actividades criativas,
como publicidade ou design. A pessoa "apanha uma injecção"
de energia e depois volta com mais criatividade para desempenhar o seu
trabalho.
Em Portugal as coisas chegam sempre mais tarde, a nossa mentalidade é
mais fechada.
Uma vertente profissionalizante
A Uni-Yôga tem como base
da sua actividade a formação qualificada de instrutores
de Yôga, além da prática regular de Swásthya
Yôga. Tem também cursos de especialização
sobre meditação, relaxamento, mantra, alimentação,
entre outros temas relacionados com a aprendizagem do Yôga
e a formação de profissionais nesta área.
Desde os anos 70 que a Uni-Yôga tem formado profissionais
de Yôga através de Cursos de Extensão Universitária,
em convénio com as universidades públicas, privadas
e católicas de quase todo o Brasil e em Portugal - na Universidade
Lusófona, em Lisboa; na Faculdade de Ciências Bio-Médicas
Abel Salazar, da Universidade do Porto.
Apenas com um ano de prática e estudo, é possível
ficar habilitado a exercer a profissão de instrutor de
Yôga - uma profissão diferente, criativa e com uma
forte tendência para crescer. A partir desse primeiro ano,
o instrutor de Swásthya Yôga começa a leccionar
e ao mesmo tempo continua os seus estudos até completar
a sua formação de doze anos.
Para saber mais…
www.uni-yoga.org.br
TM