Carreiras

MBA: a barreira do financiamento

São reconhecidos pelo seu potencial para alavancar carreiras, mas conseguir obter junto do empregador o financiamento total ou parcial de um MBA é cada vez mais difícil.



02.06.2015



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São reconhecidos pelo seu potencial para alavancar carreiras, mas conseguir obter junto do empregador o financiamento total ou parcial de um MBA é cada vez mais difícil, mesmo nos Estados Unidos, onde esta qualificação é vista como um requisito essencial aos gestores.

Em 2005 cerca de 69% dos alunos que frequentavam um programa de MBA, numa escolas listadas pelo The Economist Executive MBA Ranking, que lista os melhores e mais valorizados cursos de MBA do mercado, eram patrocinados pelas suas empresas que financiavam, total ou parcialmente, esta formação. O número é hoje substancialmente diferente. O ranking de 2015, divulgado este mês, revela que nos MBAs atualmente a decorrer em escolas de topo como a IE, Oxford (Said), Northwestern (Kellogg), UCLA, Chicago (Booth), Yale, entre outras, só 39% dos alunos têm apoio financeiro das empresas no pagamento desta formação de topo, por muitos considerada essencial para funções de gestão executiva. Na base desta redução para metade das intenções de financiamento das empresas, pode estar, segundo o The Economist, a tendência crescente das empresas criarem as suas próprias academias de formação, reduzindo o investimento externo nesta matéria.

?Reforçar competências, procurar as bases para lançar um projeto empresarial próprio ou preparar-se para um novo patamar profissional, figuram entre as principais razões que levam um profissional a investir tempo e dinheiro num MBA. Garante que passou pela experiência que esta justifica ambos os investimentos. O ranking divulgado pelo The Economist volta a comprová-lo este ano. Segundo o estudo, um MBA realizado aqui ao lado, em Espanha, na IE (apontada pelo ranking anual do The Economist coma escola com o melhor programa de MBA executivo do mundo), garante um aumento salarial na ordem dos 78% após a conclusão do MBA. Em Oxford, a segunda melhor escola, a percentagem de incremento salarial não excede os 45%. Contudo, apesar da dimensão destes números, o investimento necessário para frequentar um MBA numa destas escolas está longe de ser acessível à generalidade das bolsas. Em muitos casos, foram as empresas que patrocinaram aos seus líderes esta formação, reconhecendo o impacto estartégico que poderia ter no seu negócio. Um cenário que está a mudar.

'Universidades' internas diminuem investimento externos

Segundo o estudo do The Economist, a crescente aposta das grandes multinacionais na criação das suas próprias academias de formação, com cursos à medida, especificamente pensados para as suas necessidades internas, e muitas vezes organizados em parceria com as escolas de gestão, está a conduzir a uma diminuição do investimento externo das empresas. É cada vez menor o número de organizações a financiar na totalidade cursos desta natureza, o que não significa que em casos muito específicos e para funções muito de topo este apoio financeiro não se continue a fazer. ?Para as organizações, o MBA continua a ser encarado como uma formação diferenciadora, mas cada vez mais, releva o estudo do The Economist, cabe aos profissionais pesar o custo-benefício da opção. Em Portugal, a prática de financiamento total de um MBA esteve sempre restrita a funções de direção e em casos muito pontuais, de comprovado impacto estratégico na organização. Mas é possível perceber que em matéria de investimento interno na formação, as organizações nacionais seguem as tendências internacionais. Empresas como a Galp Energia, a EDP, a Siemens e outras têm programas próprios, muito específicos, de formação ainda que fomentem através de parcerias com escolas de negócios nacionais e internacionais, a formação contínua dos seus profissionais. 






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