Carreiras

ExpressoEmprego - Barómetro RH 2008 - Mário Costa



01.01.2000



  PARTILHAR





Mário Costa
Presidente do Grupo Select/Vedior



O ano de 2008 nasce sob o fantasma da desaceleração económica na Europa e nos Estados Unidos. Por isso, em Portugal não podemos ficar à espera de milagres. Um país com uma estrutura produtiva débil e a carecer de forte regeneração, com recursos humanos pouco qualificados e uma conjuntura internacional adversa só tem um caminho: trabalho, inteligência e ousadia. É preciso desenvolver uma cultura de trabalho: na família, em primeiro lugar, mas também na escola e nas empresas e outras organizações privadas e públicas, tendo a Administração Pública o dever inalienável de se tornar em exemplo pela positiva, e não pela negativa, como tem vindo a suceder na nossa história recente.


O esforço e a honestidade têm de ser compensados, e combatidos o desinteresse, a inércia e, sobretudo, a procura do lucro fácil, a cultura do ‘tacho' e a corrupção. É também necessária inteligência: para perceber a importância e alcance para a competitividade, da qualificação dos recursos humanos, nomeadamente através de adequadas políticas de formação profissional e de novas formas de organização do trabalho; na conjuntura actual, para aplicar de forma oportuna, correcta e transparente os meios financeiros do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), nos seus vários programas operacionais, onde, aliás, foram incluídos alguns projectos inúteis ou até prejudiciais.

Mas o trabalho e a inteligência só produzirão frutos se colocados ao serviço de objectivos e medidas ousados. E aqui saliento: ao nível da macroestrutura do Estado, a reforma da Justiça, da Administração Pública, da Saúde e da Educação, sempre com o fim de ‘menos Estado, melhor Estado'; ao nível da formação profissional, a articulação entre os agentes públicos e privados, apostando nas universidades, associações e empresas; ao nível do trabalho e do emprego, a revisão da legislação laboral, no sentido da flexibilização, através de menos regulação e mais fiscalização, a eliminação do trabalho clandestino e das práticas de dumping social, para o que seria importante a constituição informal de um conselho ou observatório nacional com a participação de todos os parceiros interessados: Estado e organizações de empregadores e trabalhadores.

Ousadia, enfim, das empresas para se abrirem aos mercados estrangeiros e às economias emergentes, o que as obrigará a transformações na sua organização produtiva, induzindo emprego e trabalho.






DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS