Carreiras

Expresso emprego - Barómetro RH - Amândio da Fonseca



01.01.2000



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Amândio da Fonseca
Administrador do Grupo EGOR



É um edifício pretensioso, num restaurante de luxo, sobranceiro à Universidade Lomonossov com o rio Moskva a correr-lhe aos pés, numa zona residencial onde habitam diplomatas, a élite dos negócios e a nova «inteligentsia» pós-comunista. Neste jantar estão espanhóis, holandeses, russos e ingleses. Ao meu lado ficou uma jovem holandesa com menos de trinta anos. Rosalie Jacobs fala cinco línguas e algum português que restou de um estágio no Brasil.


Licenciada em Marketing Management, completou o primeiro ano escolar em Londres, o segundo em Hamburgo e o terceiro em Paris. Já trabalhou no Luxemburgo, em Singapura. Actualmente é o braço-direito de um holandês, com negócios e escritórios na China, Singapura e na Tailândia que faz parte deste grupo que celebra a constituição da antena europeia da Incentive Marketing Association dos EUA.

Rosalie é o exemplo típico da geração de gestores e especialistas da economia global que começaram a ser formados de forma sistemática na Europa há mais de quinze anos. Em Portugal, pesem embora iniciativas como os programas do ICEP e o impulso dado pelo acesso ao Erasmus, a internacionalização dos recursos humanos continua a fazer-se mais pelas contingências do desemprego e pela inclinação atávica da raça para a emigração do que por uma estratégia de integração na era da globalização.

A descentralidade geográfica, a reduzida expressão do empreendorismo multinacional das empresas portuguesas e a falta de projectos de ensino orientados para a internacionalização não incentivam a existência de recursos qualificados como acontece noutros países nos quais os sistemas educativos e o dinamismo económica preparam os jovens para carreiras no mercado de trabalho à escala global.

Apesar das honrosas e louváveis excepções de sucesso internacional de alguns trabalhadores qualificados é impossível esquecer que a diáspora portuguesa que esvai o país de centenas de milhares de trabalhadores se continua a fazer a níveis muito baixos de qualificação.






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