Mário Costa
Presidente do Grupo Select/Vedior
A mobilidade internacional de recursos humanos a partir de Portugal é um fenómeno que tem vindo a ser cada vez mais expressivo, embora não se possa dizer que é já muito significativo no contexto global do emprego nacional.
Estou convencido de que a mobilidade de profissionais pode fornecer vantagens competitivas essenciais, pois não só cria mais oportunidade de emprego como permite um ajustamento mais adequado entre a oferta e a procura dos empregadores de acordo com as suas reais necessidades. Esta mobilidade não deve, no entanto, ser alcançada através de uma degradação das condições de trabalho do colaborador, e muito menos dos seus direitos como trabalhador.
O ideal seria conseguir o equilíbrio entre a mobilidade e flexibilidade dos recursos humanos no mercado de emprego global, por um lado, e o requisito obrigatório de respeito e protecção dos direitos dos trabalhadores, por outro. A mobilidade para países da União Europeia tem crescido lentamente mas de forma sólida, sendo o Reino Unido, Bélgica e Alemanha os destinos preferenciais. Angola e Moçambique são os campeões da mobilidade, com forte aceleração em curso. Já para outros países fora da União Europeia, continua a verificar-se um crescimento quase nulo, nesta tendência de mercado global de emprego.
Acredito também que Portugal está em condições de competir com outros países em matéria de RH qualificados. Porém, o profissional português ainda está numa fase ascendente de despertar para este mercado global que se lhe apresenta. A mentalidade do profissional português tem de mudar, pois tem de estar aberto ao desafio de viver e trabalhar noutro país, europeu ou não, de conhecer e adaptar-se a uma nova cultura e língua estrangeira.
A melhor forma de preparar-se será a de recolher o máximo de informação sobre o país à sua escolha, pesquisar emprego em vários «job board» internacionais e fazer contas a diversos cenários de mudança.