Expatriação e gestão de quadros internacionais
Um dos problemas, especificamente
internacionais, da GRH é a expatriação e a gestão dos expatriados. À questão
" quem é que se deve mandar para o estrangeiro" as respostas das multinacionais
são muito variadas. A grande maioria das empresas multinacionais dá prioridade
à aquisição prévia de especialização num domínio, e a um princípio de
êxito profissional. De qualquer maneira, investem em expatriados que já
tenham competência e bom potencial (na Dow Chemical diz-se "enviamos os
melhores para o estrangeiro, porque, neste caso, todos querem vê-los voltar
e não há problemas de regresso").
Outras, empresas multinacionais dão importância à motivação do expatriado,
à sua vontade de partir e de viver noutra cultura, como, por exemplo,
a L'Air Liquide, a ICI, a Jaguar, a Pernod-Ricard, a Procter & Gamble,
a United Molasses, a Cegoc-Tea.
A motivação das famílias também é muito importante. Para algumas empresas,
as necessidades e desejos da família devem vir em primeiro lugar. É uma
total perda de tempo forçar um homem, seja a separar-se da sua família
para prosseguir a sua carreira, seja a submeter os filhos a interrupções
da escolaridade ou a outro tipo de inconvenientes quaisquer se isso o
contrariar.
Para outras empresas ainda, como a Pernod-Ricard, a Unilever, a AGF e
o Commerzbank, é considerado como um critério pertinente, ter passado,
pelo menos, dois anos na sede, bem como, o facto de ser casado, ter família
ou um bom equilíbrio familiar. Na ABB, na Accord, na Renault o que toma
em conta, fundamentalmente, é a qualidade do equilíbrio familiar.
Na minha opinião, o quadro internacional deve ser criteriosamente escolhido
e a gestão da sua carreira internacional cuidadosamente ponderada pelo
próprio e com a família. Tornar-se global não deve ser entendido apenas
no sentido físico ou económico do termo mas também no sentido mental.
Numa perspectiva intercultural, os requisitos fundamentais para um quadro
internacional ser bem sucedido em ambientes internacionais e multiculturais,
são:
1
Ser capaz de lidar com situações
ambíguas
2
Possuir um espírito aberto e capaz
de abordar outras culturas sem pré-juízos
3
Ser genuíno, não desejar tornar-se
igual aos outros (é contraprodutivo e impossível)
4
Possuir flexibilidade mental e comportamental
para ajustar-se a situações críticas
5
Ser capaz de resistir ao stress e
a situações de forte tensão ou risco
6
Evitar tornar-se defensivo em relação
a si ou à sua cultura
7
Possuir e/ou desenvolver conhecimento
de línguas estrangeiras
8
Disponibilidade e vontade de viajar
e de conhecer novos ambientes
9
Capacidade para aceitar e lidar com
críticas e possuir resiliência emocional
10
Estabilidade emocional e familiar
11
Capacidade de análise e explicação
das diferenças culturais de forma neutra
12
Sensibilidade e capacidade de comunicação
em diferentes contextos cuturais
Fonte RHM (continua)