Carreiras

Enquadramento conceptual



01.01.2000



  PARTILHAR




Enquadramento conceptual

A delegação envolve a atribuição de novas responsabilidades aos subordinados, acompanhada da autoridade adicional para levá-las a cabo. Pode considerar-se uma forma (extrema) de liderança participativa (tabela 1), embora (et pour cause) haja amplas razões para considerá-la como uma categoria distinta de comportamento de liderança (Yukl, 1998).

Continuum de processos decisórios

Tipos Modalidades Decisão autocrática O gestor decide sozinho («não dá cavaco a ninguém»).

O gestor decide individualmente. Depois informa as pessoas da decisão tomada e/ou porcura «vendê-la» através da persuasão. Consulta O gestor toma a decisão sem consultar ninguém, mas dispõe-se a modificá-la se houver fortes objecções.

O gestor apresenta uma tentativa de decisão e encoraja as pessoas a fazerem sugestões de melhoria.

O gestor apresenta o problema e solicita às pessoas que participem no diagnóstico e desenvolvimento de soluções. Decisão conjunta O gestor reúne com outras pessoas, sendo a decisão tomada conjuntamente. A influência do líder na decisão é, portanto, idêntica à exercida pelas outras pessoas. Delegação O líder atribui a responsabilidade pela tomada de decisão a uma ou mais pessoas.

Tabela 1: Construída a partir de Yukl (1998)

Com efeito, para além das questões de grau que a separam da "mera" gestão participativa, existem aspectos peculiares que a enformam. Por exemplo, pode praticar-se liderança participativa com subordinados, pares e superiores, mas a delegação constitui uma actividade intrinsecamente realizável com subordinados. Por outro lado, as razões que induzem um gestor a praticar actos delegativos podem ser diferentes das que subjazem à adopção de práticas participativas. Uma clara ilustração destas distintas razões pode observar-se empiricamente quando um gestor está sobrecarregado com trabalho: é muito mais provável que delegue do que reuna, consulte ou convide os subordinados a participar nas discussões - pela simples razão de que estes actos participativos lhe absorveriam, ainda, mais tempo.

Do ponto de vista conceptual, a distinção pode ser estabelecida do seguinte modo: a liderança participativa envolve esforços do gestor destinados a encorajar e fazer participar os outros na tomada de decisões que, de outro modo, seriam por ele tomadas individualmente. A delegação envolve a "entrega" da tomada de decisão, no que concerne a matérias específicas. Não se trata de consultar as pessoas, ouvi-las, ou decidir de acordo com o que elas propõem - mas sim de lhes entregar a responsabilidade pela tomada de decisão propriamente dita. É crucial, todavia, compreender a existência de diversas modalidades (tabela 2), sendo que, em determinados casos, o leque de opções do delegado é de tal modo estreito que quase não se pode falar em delegação.

Variedade de modos de delegar

Aspectos pertinentes da delegação Algumas modalidades possíveis Variedade e magnitude das tarefas É específicada autoridade adicional para atribuições já executadas anteriormente.

São atribuídas novas e diferentes tarefas/responsabilidades. Grau de discricionaridade ("margem de manobra") permitido para levar a cabo as novas responsabilidades O delegado tem autonia de decisão num âmbito restricto.

O delegado fica com um amplo leque de automomia de decisão. Grau de autoridade para agir e implementar decisões sem aprovação prévia O delegado deve interrogar o líder sempre que há algum problema ou ocorrência pouco usual.

O delegado pode decidir o que fazer, mas deve obter aprovação antes da implementação.

O delegado pode decidir e implementar a decisão sem aprovação prévia. Frequência e natureza dos relatórios que o delegado deve apresentar ao delegante Os relatórios são (por exemplo) diários e minuciosos.

Os relatórios não são frequentes e apenas contêm resultados gerais (e não os procedimentos usados para os alcançar). Fluxo de informação de desempenho do delegado A informação detalhada acerca do desempenho do delegado vai directamente para o superior, que depois lha transmite.

A informação é dirigida a ambos.

A informação segue directamente para o delegado, a quem é permitido que corrija os problemas.

Tabela 2: Construída a partir de Yukl (1998)


Ao longo de um ciclo retórico de duração relativamente longa, a liderança participativa suscitou elevadas expectativas de resolução de problemas organizacionais e de incremento da satisfação e produtividade. A auréola de panaceia que lhe foi implantada embateu em resultados contraditórios produzidos pelas pesquisas. Na verdade, muitas pesquisas indicam uma relação positiva entre a gestão participativa e a satisfação no trabalho, mas existe menos evidência de que o mesmo ocorra com a produtividade. Segundo Yukl (1998: 126), "depois de mais de 40 anos de pesquisa... somos deixados com a conclusão de que a liderança participativa suscita mais satisfação, esforço e desempenho em certas situações, mas não noutras".

Em parte, foi esta desilusão que, em meados da década de 80, fez incrementar o interesse pela delegação (Schriesheim, Neider & Scandura, 1998). Até aí, o tema era alvo de pouca atenção dos investigadores. Esta escassez é algo estranha, já que os gestores sempre fizeram uso da ferramenta, pelo menos tanto quanto da liderança participativa stricto sensu. Mais: existem algumas indicações de que ela se relaciona mais fortemente com a satisfação e o desempenho (individual, grupal e organizacional) do que a gestão participativa. As razões para que tal aconteça devem-se a um vasto leque de potenciais vantagens. Vejamos algumas.

Fonte RHM (continua)






DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS


.NET DEVELOPER (M/F/D)

Adecco Recruitment

ENGINEER LEAD (M/F/D)

Adecco Recruitment

FINANCIAL QUALITY CONTROLLER

Adecco Recruitment