Carreiras

Barómetro RH - Álvaro Fernandéz



01.01.2000



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Álvaro Fernández
Managing Director Michael Page Internacional


A escassez de quadros médios e superiores especializados tem-se revelado uma das maiores lacunas do nosso mercado, essencialmente pelos avanços tecnológicos mais recentes. Se em relação ao ensino superior as universidades abriram as portas, aumentando o número de vagas nas últimas décadas, as profissões de enquadramento médio, que envolvem uma formação mais especializada e operacional, têm-se revelado difíceis de preencher e conduzindo, muitas vezes, a altas políticas de remuneração, desajustadas à estrutura de salários nas empresas, como forma de cativar os poucos técnicos especializados do mercado.


A aposta no ensino profissional é sem dúvida uma boa notícia, mas que peca por ser tardia. Teremos agora que aguardar vários anos até que os finalistas destes cursos conquistem experiência profissional e enriqueçam um mercado carente de técnicos para se tornar competitivo a uma escala global. É fundamental que o aumento das vagas no ensino profissional continue a verificar-se nos próximos anos e que o ensino secundário consiga motivar candidatos a ingressar neste tipo de formação complementar. E não deverá ser apenas o Estado a promover o crescimento desta plataforma de ensino. O meio empresarial, como interessado directo na absorção de técnicos, deverá também apoiar de perto as respectivas instituições de ensino, estabelecendo parcerias de colaboração, como por exemplo na criação de programas de estágios conjuntos.

Na óptica do aluno, o ensino profissional permite aliar conhecimentos teóricos a uma vertente de estudo muito prática, o que é uma óptima solução para quem se identifica com funções mais operacionais. E depois existe um mercado com múltiplas saídas profissionais, que aumentaram nos últimos anos, fruto da internacionalização das nossas empresas, com dificuldades em encontrar mão-de-obra especializada nos países de destino.

Num mercado cada vez mais global, que se estende pela Europa e África, as oportunidades neste enquadramento técnico continuarão a aumentar a um ritmo galopante nos próximos anos. É também expectável o aumento da procura de técnicos especializados em Portugal através de empresas internacionais, com ou sem presença em Portugal, que procuram candidatos com um bom domínio de Português, para dar resposta ao recente crescimento económico de alguns países de expressão portuguesa. Neste contexto poderemos também assumir-nos como um dos principais exportadores de técnicos especializados, o que, a verificar-se, seria um motivo de orgulho para o ensino superior em Portugal.





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