Carreiras

- Medo de comunicar



01.01.2000



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Se tem medo de falar em público, compre
um cão!


Qual é a coisa de que tem mais medo na vida? De ser despedido? De levar um tiro? Ou de falar em público? Muitas sondagens e entrevistas comprovam que este último é o maior receio das pessoas.

A hora tinha chegado!
As mãos tremiam e, para esconder o seu nervoso, Mário resolveu pegar numa caneta e nuns papéis. De repente, sentiu umas gotículas de suor escorrerem-lhe pela cara. Agora não podia fazer mais nada! O seu nervoso transparecia a olhos vistos. O público iria certamente perceber e achar que era um péssimo profissional.

Mas isso não era verdade! Tinha sido o melhor aluno do seu curso e logo que saiu da universidade conseguiu emprego através do convite de um dos professores. Nem precisou de ter entrevista porque o professor já conhecia de perto o seu óptimo desempenho profissional. Foi entrada imediata e, ainda bem, porque só a ideia da entrevista assustava-o.
Quando o chefe lhe falou desta apresentação ele nem queria acreditar! Gostava muito de estar no seu laboratório, com os produtos, os tubos de ensaio e todos aqueles materiais próprios de um Engenheiro Químico. Trocava mil vezes aquele fato e gravata, que pareciam sufocá-lo, pela sua bata!

Estavam lá pessoas de todo o lado e até profissionais internacionais. Se tudo corresse bem, podia até ser uma oportunidade para ir trabalhar no estrangeiro como sempre sonhou. Mas tudo estava dependente da sua apresentação.
O nervoso continuava e teimava em aumentar. Tinha medo de gaguejar, tinha medo de "bloquear", de tropeçar quando fosse a subir as escadas... tinha medo de falar em público!


O Mário é um caso típico de muitos profissionais que são excelentes nas funções que desempenham, mas não têm o "dom da palavra". Comunicar com outras pessoas, expressarem-se usando as palavras é, talvez, o pior pesadelo.
Para os "recrutadores", comunicar é uma das aptidões mais importantes que qualquer colaborador deve ter. Pode ser a pessoa mais qualificada para o trabalho mas, se não for capaz de transmitir aquilo que sabe e conhece, não tem utilidade como empregado.
Os profissionais de recrutamento procuram nos candidatos três qualidades fundamentais:

- boa comunicação verbal e escrita;
- aptidão para apresentar soluções para os problemas;
- habilidade em trabalhar com os outros.

A comunicação é fundamental para se conseguir um emprego dentro de qualquer tipo de trabalho. Há casos de pessoas que, só por causa de uma apresentação, ficaram fisicamente doentes.

Inicialmente, as pessoas deviam aprender a fazer comunicações; a colocarem-se em frente a um pequeno grupo e falar para ele. Um bom treino são as apresentações de trabalho nas escolas, mas nem todos os professores são exigentes a este nível.
Se não teve este treino, opte por fazer simulações. Aprenda a libertar-se, a ter a habilidade de "trabalhar" os seus pensamentos para serem transmitidos verbalmente com simplicidade e organização.
Quem sabe não descobre que tem o "dom da palavra"? E, para além de se sentir mais seguro e confiante das suas qualidades, vai ficar mais preparado para uma entrevista.
Não se esqueça que as entrevistas funcionam muito como apresentações. Tem de haver da sua parte uma conquista do público que, neste caso, são os seus entrevistadores. Mantenha as ideias encadeadas e mostre-se à vontade, sem se sentir incomodado.

Se tiver mesmo que fazer uma apresentação em público, siga as nossas dicas:

Prepare o discurso! (Pode criar auxiliares de memória e estabelecer por tópicos os assuntos a desenvolver numa sequência estruturada e lógica).

Domine o assunto que vai expor! (Sinta-se um sábio naquele tema - é já um passo para se sentir mais confiante porque ninguém o pode derrubar).

Mantenha a auto-confiança!

Tenha pensamento positivo! (Nada de pensar que a apresentação vai correr mal).

Não tente "não estar nervoso". (Aceite o facto de estar nervoso e ansioso como sendo natural).

Apresente-se com uma postura aberta e de empatia para com o público!

Procure responder de forma objectiva às questões que lhe forem colocadas.

Em último caso, lembre-se de que "errar é humano" e, afinal, ninguém é perfeito.


Afinal, como correu a apresentação do Mário?

O Mário é uma personagem fictícia criada aqui para ilustrar melhor o medo de comunicar perante um público. O desfecho da história depende de si, mas esperemos que ele tenha concretizado o seu sonho porque é sinal de que tudo correu bem!

TP






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