Há 17 anos que Lucas Chazarreta está na Japan Tobacco International (JTI), uma das grandes tabaqueiras do mundo, com marcas como a Camel ou a Winston (na Península Ibérica tem uma quota de mercado
de cerca de 25%). É argentino, esteve em várias posições de direção na JTI na América do Sul e deixou o México para assumir a operação em Portugal, depois de ter passado pelo Peru, Argentina e Brasil.
Confessa que Portugal sempre lhe despertou interesse, por reunir “diversidade, história, cultura, belezas naturais”, uma “gastronomia fantástica” e “um povo acolhedor e caloroso”. A que se soma o facto de a JTI ter aqui “uma trajetória de muito êxito, sendo a empresa “Indústria do tabaco é mais do que receita fiscal” Lucas Chazarreta 42 anos, diretor-geral da Japan Tobacco International em Portugal que mais cresce no sector há já vários anos consecutivos”, indica o gestor. O ‘segredo do sucesso’? É um “crescimento que tem por base um portefólio de marcas de renome global e uma equipa de colaboradores muito bem preparada e profissional, que tem uma vasta experiência no mercado local e uma atitude vencedora”.
Tem uma postura de encarar os desafios “com confiança e simplicidade”, e nos próximos meses Lucas Chazarreta vai estar empenhado “no entendimento profundo do mercado” para chegar a “estratégias vitoriosas de longo prazo”. Não são poucas as ameaças. “Por um lado, toda a cadeia de valor está ainda a recuperar dos efeitos da pandemia, que causou disrupção no fabrico, canais de distribuição a volume de vendas, e, por outro, a indústria tenta minimizar e gerir os efeitos da guerra na Ucrânia e as suas consequências, como dificuldades logísticas e altos níveis de inflação”.
No plano fiscal, a JTI apela à moderação, uma vez que, faz notar Lucas Chazarreta, os aumentos drásticos dos preços não só motivam a procura de marcas baratas, reduzindo a receita fiscal do Estado, mas também — e este é o aspeto mais grave — impulsionam o comércio ilícito de tabaco. Defende que a carga de impostos no tabaco de corte fino (para enrolar), em Portugal, “é exagerada face à maioria dos outros Estados-membros, em particular em relação a Espanha, onde os preços dos produtos desta categoria são bastante mais baixos”, o que pode fomentar vendas transfronteiriças e um aumento do contrabando.
Além disso, salienta o diretor-geral, “a contribuição do tabaco para a economia portuguesa transcende de longe a cobrança de impostos”. O erário público encaixa €1400 milhões por ano em imposto especial sobre o tabaco, “mas o sector têm uma pegada económica bastante mais alargada: geração de empregos diretos e indiretos e todo o investimento que traz consigo”.
FORMAÇÃO
Licenciado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
LEMA
“Como acredito que uma das principais razões para o sucesso, em qualquer aspeto das nossas vidas, é a constante evolução e busca por novos conhecimentos, frequentemente guio-me pela famosa frase de que ‘não devemos esperar resultados diferentes fazendo as coisas da mesma forma’”
HOBBIES
Surf, ténis e cozinhar
PERCURSO
Assumiu a 1 de agosto o cargo de diretor-geral da Japan Tobacco International (JTI) em Portugal. É argentino (também tem a nacionalidade alemã), casado com uma cidadã brasileira e está na empresa desde 2005, tendo passado por experiências de liderança no Peru, Argentina e Brasil. De 2016 a 2018 foi diretor-geral para a América do Sul e, até vir para Portugal, liderava a JTI no México
MISSÃO
“De maneira resumida, tenho duas missões na minha carreira profissional na JTI. A primeira, contribuir para o crescimento sustentável de rentabilidade e participação de mercado das organizações que lidero. A segunda, proporcionar oportunidades de crescimento profissional para os membros da minha equipa”
ÚLTIMAS LEITURAS
“Estou a ler um livro de que estou a gostar muito, o ‘Game Changers’, de Dave Asprey”
Ana Sofia Santos