O ranking QS Graduate Employability 2017 é liderado por universidades norte-americanas, que ocupam cinco das dez primeiras posições da tabela no que diz respeito à empregabilidade dos seus alunos, mas Portugal não ficou mal no retrato. Há três universidades nacionais entre as 200 melhores do mundo na empregabilidade – Universidade do Porto, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra – e a Universidade de Lisboa surge também colocada entre as 300 academias mundiais com melhores práticas no campo da promoção do emprego entre os seus licenciados.
São cinco os parâmetros que servem de base à definição do ranking final dos líderes de empregabilidade do QS Graduate, mas nem todos têm o mesmo peso. A reputação reconhecida pelos recrutadores, por exemplo, vale 30% da avaliação total de cada instituição. Variáveis como as parcerias com empresas, a remuneração dos diplomados da instituição, a presença de empresas no campus e a taxa de empregabilidade têm pesos distintos: 25%, 20%, 15% e 10%, respetivamente. Mas em Portugal, no que é que isto se traduz efetivamente? Qual é a estratégia de empregabilidade que as escolas seguem para a integração dos seus diplomados? O Expresso falou com os representantes de algumas das instituições distinguidas no último QS Graduate Employability sobre o que conta na missão de assegurar emprego aos seus alunos.
As parcerias estabelecidas com empregadores são um dos pontos fortes da Universidade do Porto (U.Porto). A análise desta variável foi pontuada com 71,7 pontos no ranking. Já no campo da taxa de empregabilidade, medida a partir da proporção de alumni que é empregada até um ano após a conclusão dos estudos, a instituição obteve 54,5%. Para o reitor da U.Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, os resultados obtidos no ranking da consultora britânica Quacquarelli Symonds (QS), são o reflexo da estratégia da universidade que ao longo dos últimos anos tem desenvolvido diversas iniciativas que visam a transição dos seus diplomados para o mercado de trabalho.
“Os dados mais recentes mostram que a taxa de empregabilidade dos diplomados da Universidade do Porto ronda os 85% globalmente”, explica o reitor assegurando, contudo, que “são vários os cursos entre as 52 licenciaturas e mestrados integrados que a U.Porto oferece que possuem níveis de empregabilidade superiores, próximos dos 100%”. Sebastião Feyo de Azevedo cita como exemplo as duas licenciaturas em Medicina da universidade que apresentam uma taxa de desemprego de zero por cento. O reitor da instituição relembra que “Portugal surge como um dos países do mundo com maior grau de desadequação entre as necessidades das empresas vs os perfis disponíveis no mercado”.
Nesse sentido, a instituição tem apostado numa estratégia de empregabilidade que passa pela promoção da ligação e criação de sinergias entre a universidade e o mundo empresarial. “Acreditamos que o contacto dos estudantes com as empresas – que pode passar pela formação em contexto empresarial, estágios profissionais – tem impactos significativos na integração dos diplomados no mercado de trabalho”, explica. Complementar as competências teórico-práticas desenvolvidas na U.Porto com o contexto da realidade empresarial é uma das apostas fortes da instituição. Mas há outras, onde os gabinetes de apoio à empregabilidade da universidade têm um papel fundamental. Segundo o reitor, “cada estudante diplomado pode receber apoio e aconselhamento personalizado, durante as diferentes fases do seu percurso académico profissional, para além de participar nas diferentes ações que visam o desenvolvimento de competências valorizadas no mercado de trabalho, como também na identificação de oportunidades a nível nacional e internacional”.
A FINDE.U – Feira Internacional de Emprego Universitário, é uma das principais iniciativas dinamizadas pela U.Porto. A segunda edição da iniciativa, que decorreu no mês passado, somou mais de cinco mil participantes. Em paralelo, a universidade realiza também uma feira virtual de emprego, que recorre a ferramentas como o chat e o vídeo para criar canais de contacto entre candidatos e empregadores. Workshops de preparação para a abordagem ao mercado de trabalho, focando temas como as soft skills, saídas profissionais, técnicas de procura de emprego ou empreendedorismo, e iniciativas de aproximação aos recrutadores – como os pequenos almoços com empresas -, orientação sobre a procura de emprego, otimização de CVs e cartas de apresentação e apoio nas candidaturas e preparação para entrevistas de seleção, fazem parte do leque de ferramentas que a U.Porto coloca aos dispor dos seus alunos para os apoiar na missão de conquistar um emprego.
A Universidade de Lisboa (ULisboa) surge depois da 200ª posição do ranking, mas consegue um honroso 82º lugar no que respeita à remuneração dos seus diplomados, a melhor classificação entre as instituições nacionais neste parâmetro. Eduardo Pereira, vice-reitor da Universidade de Lisboa, explica que a taxa de empregabilidade global da instituição ronda os 94%. “Cursos como Medicina, Saúde, Informática, Matemática e as Engenharias, apresentam as maiores taxas de empregabilidade”, esclarece o vice-reitor.
Na Universidade de Lisboa, a principal opção é a de “ministrar uma formação de qualidade em todas as suas áreas de atuação e valorizar a sua capacidade de adaptação e intervenção”, realça Eduardo Pereira. O vice-reitor acrescenta que “tendo como base este princípio orientador, os graduados da ULisboa terão as competências necessárias para escolherem as carreiras profissionais que melhor se adaptem às suas vocações e também que melhor respondam às necessidades dos empregadores”. Reconhece, contudo, que as diferentes estruturas de apoio à ligação entre a universidade e as empresas, existentes nas várias escolas da ULisboa, têm um papel determinante, seja pelo contacto que promovem entre candidatos e empresas, seja pelo apoio à preparação dos primeiros – com ações de formação centradas no treino de competências ao nível das soft skills – para abordar o mercado de trabalho e os processos de seleção e recrutamento.
O QS Graduate Employability 2017 é liderado pela Universidade de Stanford (EUA), seguida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pela universidade chinesa Tsinghua University. Há cinco instituições americanas entre as dez primeiras posições do ranking, mas há também três estabelecimentos de ensino superior europeus nas posições cimeiras da lista: Universidade de Cambridge, École Polytechnique e Universidade de Oxford.
30 líderes na empregabilidade
1. Stanford University
2. MIT - Massachusetts Institute of Technology
3. Tsinghua University
4. The University of Sydney
5. University of Cambridge
6. Ecole Polytechnique
7. Columbia University
8. University of Oxford
9. University of California, Berkeley (UCB)
10. Princeton University
11. The University of Melbourne
12. Peking University
13. Cornell University
14. Fudan University
15. University of California, Los Angeles (UCLA)
16. ETH Zurich - Swiss Federal Institute of Technology
17. University of Chicago
18. The University of Hong Kong
19. University of Toronto
20. Imperial College London
20. KIT, Karlsruhe Institute of Technology
21. National University of Singapore (NUS)
22. University of Waterloo
23. University of Pennsylvania
24. UCL (University College London)
25. Brown University
26. Waseda University
26. Northwestern University
27. University of Michigan
28. McGill University
29. The University of Tokyo
30. Technische Universität Darmstadt
Fonte: QS Graduate Employability Rankings 2017