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Cientista de dados: uma profissão emergente

Cientista de dados: uma profissão emergente

Há já quem a considere a profissão do século XXI, mas muitos ainda têm dificuldade e definir com clareza o que é afinal um cientista de dados. Seja qual for a designação em que os enquadrem, estes profissionais combinam as competências técnicas e analíticas necessárias para extrair informação cirúrgica entre uma imensidão de dados e para a transformar em respostas, capazes de solucionar problemas ou questões reais. E sim, na era do Big Data, as organizações não vivem sem eles.

08.04.2016 | Por Cátia Mateus


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Há um década os cientistas de dados (data scientists) não constavam como profissão. Mas a popularidade internacional que hoje detém, e que começa a alastrar-se ao mercado nacional, demonstra a clara orientação das empresas para o paradigma do big data, esse volume imenso e disperso de informação que não pode, nem deve ser ignorado. Muitos comparam-no a uma mina de ouro virtual, cuja exploração depende do conhecimento e do talento dos data scientists, profissionais cuja esfera de atuação combina o melhor de três mundos: o dos negócios e empresas, o da matemática e o das Tecnologias de Informação. Em Portugal já há quem os procure.

A Winning Scientific Management, a empresa portuguesa que especializou nas competências de business analysis, gestão estratégica, gestão de projeto e gestão de inovação, prepara-se para lançar em solo nacional um centro de competências de Scientific Data. A plataforma representa um investimento de meio milhão de euros e viabilizará, ainda este ano, a contratação de cinquenta data scientists. Leandro Pereira, CEO da Winning, gosta de resumir o seu trabalho e da sua equipa ao de um médico que procura a cura dos seus pacientes. “Somos médicos de empresas e há por ai muitas doenças. O mais frequente é o doente insistir que está bem de saúde, não querer ver o óbvio e continuar a caminhar para o precipício”, ilustra. A crescente complexidade das empresas e dos mundo dos negócios e a consequente ampliação dos impactos negativos que advêm das deficiências nos processos de decisão, está a fazer emergir esta nova profissão e é também a razão que consolida a aposta da Winning na criação deste centro de competência estruturado em torno dos princípios de gestão científica.

Competências específicas
“O objetivo do centro é colmatar aquelas que são as necessidades do gestor atual aquando da tomada de uma decisão tendo por base a Gestão, a Ciência e a Tecnologia”, explica o responsável que assume a ambição de demonstrar ao mundo que “a partir de Portugal se desenvolve a ciência da gestão e da tecnologia ao mais alto nível. Não ficamos a dever nada a outras geografias”. Para que este trabalho de ciência de gestão a prestar às empresas seja possível, Leandro Pereira está a rodear-se de uma equipa de cientistas de dados de excelência. Profissionais com competências muito específicas e especializadas que “reúnem a experiência das ciências da computação, matemática e estatística, bem como as habilidades de gestão, que lhes permitem relacionar toda a informação disponível - de forma interna e externa à organização - para obter novas visões sobre o negócio e encontrar padrões, tendências e comportamentos”.

Até ao final de 2016 o centro receberá 50 novos profissionais. A médio prazo as metas são mais ambiciosas. Segundo o CEO, até 2020 a quantidade de informação gerada no mundo inteiro vai aumentar 50 vezes, no mínimo e as necessidades das empresas estão a implodir dramaticamente. “O aumento de conhecimento acerca das novas tendências de mercado e do comportamento dos seus clientes é constante e o sucesso empresarial passa por não inventar de forma emotiva ou não sustentada. É necessário desenvolver a capacidade de ler e interpretar o mercado de forma veloz para propor soluções que resolvam os problemas às empresas”, explica acrescentando que este contexto de expansão aponta para a necessidade de criar nos próximos dois anos 100 novos postos de trabalho na Winning, exclusivamente centrados nesta temática. A era da gestão reativa ou de proatividade inconsistente parece ser coisa do passado. Também em Portugal, a gestão científica está a ganhar terreno nas organizações e os cientistas de dados estão a liderar o processo.



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