A estratégia e as prioridades de contratação diferem de uma startup para uma empresa solidamente implantada no mercado? Luís Martins, CEO da Zaask, a startup portuguesa que esta semana foi apontada pela Association of MBAs (AMBA) como a melhor startup do mundo nascida a partir de um MBA, diz que sim. Em tudo. “Uma startup é como uma montanha russa, tem momentos de pico de adernalina, mas também muita instabilidade e incerteza. Ter os talentos certos, com a atitude certa, com a consciência de que o seu desempenho é fundamental e tem impacto no negócio, é a chave para equilibrar estes picos e desenvolver um projeto sustentável”.
Desde que foi criada, em 2012, esta tem sido a orientação da plataforma de serviços no momento de contratar. Luís Martins prepara-se para a voltar a por em prática numa altura em que a equipa de 32 elementos que compõe a empresa poderá duplicar, “assim se confirmem os objetivos definidos no nosso business plan”, enfatiza o empresário. Nos objetivos de Luís Martins está a contratação de pelo menos 30 novos elementos para a equipa da Zaask, em 2016, duplicando assim a dimensão da equipa. A concretização desta, esclarece, meta vai depender da evolução do negócio da empresa ao longo dos próximos meses e da estratégia de expansão geográfica que tem neste momento em marcha e que deverá registar um forte impulso, “sobretudo no mercado espanhol, onde a Zaask tem vindo a ganhar terreno e a aumentar o número de categorias e cidades de abrangência”.
A maioria dos reforços a contratar serão nas áreas de desenvolvimento de produto e marketing, estando também prevista a integração de country managers capazes de assegurar a expansão territorial da Zaask e missão de internacionalização da empresa. “Somos uma empresa que presta serviços locais a uma escala global”, explica Luís Martins enfatizando que este é um mercado com enorme potencial. A Zaask, cujo projeto foi criado por Luís e pelo sócio Kiruba Eswaran, no âmbito do The Lisbon MBA, faturou em 2015 mais de €25 milhões e serve já uma comunidade de 35 mil utilizadores. O seu modelo de negócio está orientado para facilitar o processo de contratação de serviços e esse foco na “simplificação” é extensível à cultura empresarial da Zaask.
As médias astronómicas de final de curso nunca atraíram Luís Martins no momento de analisar o currículo de um candidato. Já a sua atitude, é de extrema relevância para o CEO. “Numa grande empresa, com muitos profissionais, as eventuais falhas que possam acontecer não causam grande impacto porque são rapidamente reparadas pelo elemento seguinte na estrutura. Numa startup estas falhas podem causar danos incalculáveis, dai a importância da atitude”, explica Luís Martins reforçando que “é fundamental que cada elemento da equipa tenha a atitude de interiorizar que as coisas dependem dele para evoluir e o seu papel na empresa e no negócio é de extrema responsabilidade”. É por essa razão que o gestor diz “recrutar atitudes e treinar competências”: “preferimos alguém que pode não ter sido brilhante academicamente, que pode não ter muita experiência, mas que tem uma atitude fantástica, uma ânsia de aprendizagem e crescimento constante e capacidade de entrega ao negócio”.?
Para cumprir este desígnio, a Zaask criou internamente manuais e planos de formação próprios. “Uma startup, por definição, está a desenvolver um produto ou serviço inovador e por isso depara-se muitas vezes com a inexistência ou escassez de perfis com as competências de que necessita no mercado. Formá-los à sua medida é forma de colmatar essa lacuna”, explica o CEO acrescentando que, por essa razão, a a contratação de perfis menos experientes, ou com competências marginais à área core do negócio, não representa um problema para a Zaask, ainda que uma percentagem significativa dos profissionais a contratar este ano provenha das áreas tecnológicas.