Vítor Andrade
COMO é possível que 46,9% das ofertas de
emprego publicadas na nossa última edição ainda tenham
sentido necessidade de frisar que pretendem candidatos com conhecimentos
de informática?
Das duas uma: ou os empregadores deste país têm razões
para desconfiar das aptidões que os candidatos dizem possuir (pois
é difícil acreditar que algum candidato a um emprego minimamente
qualificado não tenha já tido contacto com computadores,
pelo menos na óptica do utilizador); ou os potenciais novos empregados
continuam, de facto, muito distraídos e não se lembram que,
nos dias que correm, não saber lidar com um computador é
quase sinónimo de analfabetismo.
Seja qual for a explicação, isto não
nos livra da vergonha da desqualificação da mão-de-obra
que ousamos apresentar ao mercado.