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Vencimentos do Estado premeiam menos qualificados

Vencimentos do Estado premeiam menos qualificados

O Estado paga melhor do que os privados aos seus colaboradores, na maioria das funções, sobretudo nas de menor qualificação. A conclusão é de um estudo remuneratório encomendado pelo Ministério das Finanças à consultora Mercer e esta semana divulgado. O documento revela que trabalhar para o Estado é mais rentável - mas não para os quadros de topo, que podem ganhar na Função Pública menos 30% do que ganhariam no sector privado - ou para os médicos que saem também prejudicados no saldo mensal.
22.03.2013 | Por Cátia Mateus


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Os cargos de menor exigência e responsabilidade são melhor remunerados no sector público do que no privado. A maioria dos funcionários públicos ganha mais do que os profissionais que desempenham as mesmas funções em empresas privadas, com exceção clara dos quadros de topo e de algumas áreas que carecem de maior qualificação técnica para o desempenho da função. Segundo a consultora Mercer - com base num estudo que avalia as remunerações de 544.362 mil trabalhadores do sector público (excluindo os órgãos de soberania que não encontram correspondente direto no sector privado) e 38325 trabalhadores de 289 empresas do sector privado - um diretor geral ou administrador de uma empresa pode ganhar no sector público entre 500 a dois mil euros a menos do que ganharia se trabalhasse para uma empresa privada. O estudo realizado pela Mercer tem por base os salários mensais reais praticados em 2012, sem remunerações variáveis, prémios ou cortes decididos pelo Governo decorrentes das medidas salariais temporárias dos orçamentos de 2011, 2012 e 2013. Com base nesta amostra, o relatório agora divulgado concluí que cerca de 57% dos funcionários públicos ganham mais do que ganhariam no privado, exercendo as mesmas funções. O mesmo documento revela que as funções menos exigentes são as mais valorizadas na tabela remuneratória da Função Pública. Uma política salarial que para a consultora tem de mudar, se a meta for garantir a qualidade e eficiência dos serviços públicos. A Mercer reconhece a necessidade de corrigir a desigualdade salarial dos quadros de topo no sector público face ao privado, de modo a travar a fuga dos mais qualificados para as empresas. Em termos práticos, um presidente, diretor executivo ou diretor geral ganha no sector público menos 30% do que ganharia no privado. A comparação deixa de fora componentes variáveis, comuns em empresas privadas, como carro, seguros, complementos de reforma ou apoios para escolas e comunicações. A contabilizarem-se estes benefícios, o fosso entre as remunerações públicas e privadas seria ainda maior. Nas funções de menor exigência e responsabilidade, o comportamento analisado é exatamente o inverso: o sector público paga claramente mais a estes profissionais do que o privado. De acordo com o relatório da Mercer, neste escalão a base média mensal em vigor no sector público varia entre os 640 euros pagos a operários e auxiliares e os 3125 euros pagos aos titulares de cargos de direção intermédia. No privado, para as mesmas funções, os valores oscilam entre os 690 euros e os 2960 euros mensais. Numa análise por função, o estudo permite ainda concluir que há profissionais claramente beneficiados no sector público. Professores, enfermeiros e informáticos são disso um exemplo.Educadores de infância, professores do ensino básico e secundário ou docentes do ensino superior ganham, em média, 43 a 47% mais no sector público do que os profissionais que desempenham exatamente as mesmas funções no sector privado. Enfermeiros e informáticos também seguem a tendência auferindo aproximadamente mais 14% de salário mensal no sector público do que auferem os seus colegas no privado. Os médicos saem prejudicados em cerca de 6%. De acordo com os números divulgados pela Mercer, os médicos ganham em média 3160 euros mensais no sector público e 3350 euros, no privado. O estudo salarial comparativo da Mercer vem a público numa altura em que o Governo um pacote de rescisões amigáveis que vão atingir sobretudo os assistentes técnicos e operacionais. Carreira que empregam mais de 213 mil pessoas, representando 36% do total dos funcionários do Estado.


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