Notícias

Universidades estimulam empreendedorismo

30.01.2004


  PARTILHAR




Cátia Mateus e Fernanda Pedro

OS VALORES da iniciativa empresarial parecem estar mais próximos das universidades portuguesas. Várias instituições de ensino superior estão neste momento a encetar esforços no sentido de apoiar o empreendedorismo e a criação de auto-emprego entre os seus estudantes. As iniciativas são diversas, mas a palavra de ordem é invariavelmente: empreender.

A Universidade Lusófona (UL), através do seu Gabinete de Apoio à Criação de Emprego e Relações Exteriores (Gacere), está decidida a auxiliar os seus estudantes a percorrer o caminho entre a universidade e a vida empresarial. Através do Projecto Empreendedor, a instituição convida os ex-alunos ou estudantes finalistas, com vocação empreendedora e ideias de negócio inovadoras, a optar pelo auto-emprego.

"Desde o nascimento da ideia o potencial empreendedor vê-se confrontado com um conjunto de factores, que deveriam motivar, mas que ao contrário agem como elementos de dissuasão da criação de novas empresas", explica Teresa Damásio, directora do GACERE.

Entraves de várias ordens - nomeadamente na identificação das fontes de financiamento e gestão dos aspectos legais inerentes à criação de empresas - que segundo a responsável levaram a universidade a estruturar este projecto.

A iniciativa tem como objectivo fornecer aos alunos e ex-alunos incentivos - apoio estrutural, técnico-consultivo e financeiro - que lhes permita avançar na criação de um negócio. Assim, o projecto "presta auxílio ao nível da construção do plano de negócios; fornece instalações equipadas às empresas; ajuda os empreendedores a identificarem oportunidades de financiamento e auxilia nas formalidades legais".

Embora a iniciativa vá apenas na primeira fase, Teresa Damásio assegura que a adesão dos alunos e ex-alunos da UL tem sido significativa. Para a responsável, "é fundamental que a universidade não se separe dos estudantes no momento em que estes concluem a sua licenciatura e que os acompanhe na inserção na vida activa, seja por conta de outrem ou pela criação do auto-emprego".

Na mesma linha de actuação, a Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Setúbal, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Empresas e Inovação de Setúbal, organizam um programa com a mesma designação.

Saber como criar o próprio emprego e o fomento de ideias inovadoras ganham terreno no mundo académico
Esta iniciativa tem como base um concurso de ideias onde irá premiar as 15 melhores ideias e os melhores planos de negócios. De acordo com Pedro Dominguinhos, docente do ESCE, este projecto pretende "desenvolver o empreendedorismo junto dos jovens".

O concurso insere-se no Programa de Acções Inovadoras da Região de Lisboa e Vale do Tejo (LisAction) e tem como objectivo fundamental a promoção de iniciativas empresariais, através de ideias inovadoras de cariz tecnológico. Neste sentido, os projectos devem possuir conteúdo de inovação em pelo menos um dos seguintes aspectos: introdução de nova tecnologia; aperfeiçoamento de tecnologia existente ou utilização de tecnologia existente.

Pedro Dominguinhos salienta ainda a realização de um "workshop" temático durante o projecto, para que os empreendedores tenham alguns contactos com as empresas da região. Todos os planos de negócio serão apresentados neste "workshop" público, para o qual serão convidados as empresas tutoras, entidades públicas, professores e todos os interessados.

No final só três ideias sairão vencedoras e os três melhores planos de negócio irão receber prémios monetários. A melhor ideia inovadora de negócio receberá 5000 euros, a segunda 2000 euros e a terceira 1000 euros.

Aquele responsável acredita que as instituições de ensino têm um papel preponderante no estímulo e na concretização dessas ideias, e "poderão servir como incubadoras de empresas".





DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS