Cátia Mateus
A UNIVERSIDADE do Minho (UM) quer despertar as vocações
científicas dos alunos portugueses convidando-os a "vestirem"
a pele de cientistas.
O projecto "Hands-on Science" decorre da mente inovadora de Manuel
Filipe Costa, professor do departamento de física da UM. Nasceu naquela
instituição de ensino e já marca presença em
vários países da Europa. A grande meta é instituir
a ideia de que a ciência aprende-se experimentando e por isso é
fundamental dar aos alunos as condições para "fazerem
ciência".
O "Hands-on Science" é uma rede europeia cujo objectivo
é levar a ciência às escolas. Trata-se de um projecto
transversal que abrange todos os níveis de ensino e tem particular
enfoque no secundário, onde a necessidade de despertar vocações
científicas assume um papel determinante.
Partindo do pressuposto de que o "acordar" para a ciência
deve ser feito quanto antes, este projecto tem o propósito de actuar
junto das escolas fomentando o desenvolvimento de práticas experimentais
na sala de aula e contribuindo para que os alunos façam ciência
ao invés de apenas verem como se faz.
Para o responsável,
"os alunos chegam à universidade
sem estarem preparados neste campo".
Entre as principais lacunas Manuel Costa aponta a ausência de hábitos
e procedimentos, decorrentes de ensino demasiado teórico, que são
fundamentais em ciência. Uma realidade que é preciso modificar.
Através deste projecto, serão criados "websites"
interactivos, "kits" educacionais, diversos materiais de apoio
e várias ferramentas de simulação laboratorial. Estes
materiais estarão ao dispor da comunidade escolar. Mas para Manuel
Costa
"é fundamental que as instituições de
ensino desempenhem um papel activo junto dos alunos, promovendo clube de
ciência, concursos e outras actividades".
Para começar, está já a decorrer o Concurso Europeu
de "Ideias para Feiras da Ciência" que abrange toda a União
Europeia e decorre até Julho de 2006.