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Uma porta de entrada no mercado

22.02.2003


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Ruben Eiras

A ESCASSEZ de empregos para toda a vida e a maior facilidade de entrada no mercado laboral são os principais factores que levam a mão-de-obra da UE a escolher o trabalho temporário (TT).

Segundo o estudo sobre aquela modalidade laboral elaborado pela Confederação Internacional das Empresas de Trabalho Temporário (CIETT) e a consultora Delloite&Touche, cerca de 67% dos activos europeus escolheram o TT por este constituir "a primeira oportunidade de trabalho" que encontraram e devido à indisponibilidade no mercado de contratos sem termo (30%).

As outras razões que influenciaram a opção por esta modalidade laboral atípica é a vontade de adquirir experiência profissional (23%), a possibilidade de trabalhar em diferentes locais (10%) e a existência de horários de trabalho flexíveis (10%). "Não há dúvida de que o trabalho temporário é uma boa oportunidade para tentar entrar nos quadros das empresas utilizadoras. Da nossa experiência, constatamos que muitos dos nossos colaboradores acabam por alcançar este objectivo", comenta Célia Agostinho, consultora da Intelac, uma empresa de TT.

Por outro lado, o inquérito revela que uma fatia de 33% dos trabalhadores temporários afirmou ter escolhido esta forma de trabalho por "preferência pessoal".

Seis meses depois do início do inquérito, cerca de 43% dos respondentes continuavam a laborar em trabalho temporário, mas já 22% trabalhavam em regime de contrato sem termo. Perto de metade estava a estudar.

Quanto às empresas utilizadoras, a investigação revela que 27% recorre ao TT para substituições, gestão das flutuações sazonais da actividade (23%) e resposta a picos de trabalho inesperados (21%). Somente 11% optam por este serviço para efeitos de recrutamento.

A pesquisa vem constatar a força do argumento dos baixos custos e da flexibilidade para a tendência de crescimento deste regime laboral atípico.
Se não, vejamos. Mais de 22% das empresas utilizadoras referiram escolher o TT não só para tornar o trabalho regular mais barato como também para cortar os custos em determinadas tarefas especializadas. Além disso, embora o estudo não especifique, cerca de 17% das empresas mencionam que não conseguiriam executar certas funções sem recorrer ao trabalho temporário.

No caso de ser vedado às empresas a possibilidade de recorrerem ao trabalho temporário, estas declararam no inquérito que "utilizariam estratégias internas ou externas que providenciassem flexibilidade".








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