A crise não fez tremer Hugo Lourenço Silva quando em finais do ano passado decidiu implantar em Portugal um conceito de cessação tabágica por terapia soft laser, já testado com sucesso na Alemanha. A Facilitas Healthcare arracou há cerca de dois meses no país, com uma clínica em Lisboa e outra no Porto. Desde o seu arranque, a empresa já gerou cinco postos de trabalho diretos e uma dezena de indiretos. O jovem empreendedor que lidera o conceito em território nacional pensa já na expansão do projeto em Portugal e no estrangeiro. O Brasil pode ser a próxima paragem e por cá a Facilitas vai crescer no modelo de franchising que pode gerar uma nova abertura a cada mês.
O tabaco é o principal responsável pelo aparecimento das doenças cardiovasculares, uma das principais causas de morte em Portugal. A cada ano morrem no país mais de três mil portugueses vítimas de cancro du pulmão e o Serviço Nacional de Saúde gasta, anualmente, mais de 750 milhões de euros com doenças provocadas pelo tabaco. Aquilo que para a generalidade dos portugueses são meras estatísticas, são para Hugo Lourenço Silva os números com comprovam o potencial do seu negócio. “Se com este projeto, ajudar uma franja da população a deixar de fumar e, assim, melhorar a sua saúde e diminuir a taxa de mortalidade, vou-me sentir plenamente realizado”, revela o jovem empreendedor de 28 anos.
Quando pensou lançar-se na aventura empresarial, Hugo “queria um projeto que não exigisse um investimento inicial elevado mas que tivesse um retorno potencial interessante e que, paralelamente, fosse compatível com um emprego a tempo inteiro”, relembra. Ao analisar a conjuntura nacional em busca de uma oportunidade contatou que existe todo um clima criado para incentivar as pessoas a deixarem de fumar - legislação restritiva, aumento do preço do tabaco e menor poder de compra da população - mas não é fácil deixar de fumar, ou porque as medidas são muito dispendiosas, ineficazes ou com efeitos secundários. Foi nessa atura que percebeu que existia um nicho de mercado por explorar para quem conseguir oferecer uma solução económica, eficaz e sem efeitos secundários.
Da Alemanha importou o conceito que teve rápida aceitação em Portugal. A Facilitas Healthcare arrancou com duas clínicas e o empreendedor não tem dúvidas de que “se a estratégia que definimos for bem-sucedida, conseguiremos concretizar o plano de expansão que definimos e que passa pela abertura de 12 clínicas durante este ano, criando mais de meia centena de postos de trabalho”, explica o empresário.
Resultados que Hugo Lourenço Silva quer alcançar pela via do franchising. O empreendedor tem duas lojas próprias, mas sabe que o crescimento que quer alcançar não poderá ser feito exclusivamente por si. Investir neste projeto custa menos de dez mil euros. O montante inclui a licença de atividade, a tecnologia associada à terapia, a consultoria de gestão e financeira, a formação técnica e o apoio na pesquisa e identificação do imóvel. Mas exclui os gastos com o espaço em si. Hugo Lourenço Silva espera alcançar o retorno do investimento inicial que fez até ao final deste ano e tem já na mira novos mercados. “Por enquanto, a prioridade é consolidar o projeto cá, mas depois de consolidado em Portugal, e antes de diversificar a área, vemos mais oportunidades na internacionalização”, reconhece o empresário que confirma a existência de contactos com o Brasil que já abrem boas perspetivas de parceria.
BI EMPRESARIAL
Promotor:
Hugo Lourenço Silva, 28 anos
Formação:
É licenciado em Engenharia Informática.
Área de atividade:
A Facilitas Healthcare atua na área da saúde e bem estar, através da disponibilização de um método de cessação tabágica que assenta numa terapia de soft laser.
Início de atividade:
A empresa iniciou atividade em finais de 2011, com duas clínicas em Lisboa e no Porto.
Público alvo:
População fumadora interessada em deixar de fumar
Empregos criados:
No primeiro mês de atividade, a empresa criou cinco postos de trabalho diretos e uma dezena de indiretos.
Principais dificuldades:
O financiamento. Com as instituições bancárias a atravessarem momentos conturbados que dificultam a concessão de crédito, restou ao empreendedor o financiamento pessoal do seu próprio projeto. Mas Hugo Silva contou ainda com dificuldades acrescidas na escolha de um espaço em Lisboa que fosse financeiramente suportável e enquadrado no espírito do negócio.
Perspetivas futuras:
A prioridade de Hugo Lourenço Silva é consolidar o seu projeto em território nacional, mas depois da maturidade nacional o empreendedor não esconde a vontade de internacionalizar o conceito. O Brasil poderá ser um destino de oportunidade e já há perspetivas nesse sentido.
Sítio online:
www.facilitas.net