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Um negócio com ‘escala’ internacional

13.06.2003


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Cátia Mateus

Em apenas três anos chegou a Portugal, ganhou cota de mercado e prepara já a expansão para os países de língua oficial portuguesa, a começar pelo Brasil. As VIAGENS GHEISA prometem trazer nova dinâmica ao turismo nacional









BI Empresarial


LUÍS LIMA é o protótipo perfeito de um empresário por vocação. Aos 26 anos lançou-se no mundo empresarial com a MRW, um "franchising" de transporte urgente, mas outras empresas se seguiram em áreas tão distintas como a informática, o material de escritório ou até uma lavandaria.

Aos 29 anos, abandonou definitivamente o seu emprego de consultor numa multinacional alemã para se dedicar por completo a um novo desafio: trazer para Portugal um "conceito" inovador de agências de viagem.

Hoje, com 32 anos, gere em conjunto com Rui Franco (um dos quatro sócios do projecto) - o "master franchising" das Viagens Gheisa, em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa (PALOP). Um projecto ambicioso que em três anos conseguiu ganhar o mercado nacional e prepara já a expansão para o Brasil.

Como fazer vencer um negócio de viagens numa altura em que o turismo atravessa um mau momento, pela conjuntura generalizada de crise? A resposta é simples: "gerir com rigor, escolher bem os parceiros e dedicar-se a 100 por cento".

Premissas que Luís Lima e Rui Franco seguem à risca no dia-a-dia das Viagens Gheisa. Há três anos, Luís Lima investiu cerca de 40 mil contos neste projecto.

O empreendedor garante que sempre quis apostar no ramo do turismo, mas explica que "foram necessários dois anos para implantar em Portugal este conceito". O primeiro contacto que teve com as Viagens Gheisa foi na feira de "franchising" de Valência, mas "nessa altura o 'master' das viagens ainda não se considerava preparado para expandir o conceito para Portugal".

Soube detectar a oportunidade de negócio e esperou pelo momento certo. Em 2000, as Viagens Gheisa "pisaram" pela primeira vez território nacional. Três anos mais tarde, são já 22 as lojas abertas ao público de norte a sul do país, esperando-se que até ao final do ano a agência totalize 30 a 35.

Ao todo, Luís Lima e o sócio Rui Franco terão conseguido criar com este projecto qualquer coisa como 55 novos postos de trabalho. "Somos uma PME, mas a dimensão que temos já obriga a uma gestão muito rigorosa", explica Rui Franco. É que na opinião do empreendedor "o turismo é um sector com futuro e onde vale a pena apostar, mas é um negócio com margens de lucro muito curtas, obrigando a uma gestão muito rigorosa e apertada".

Os benefíciosdo "franchising"


E se, por ser um "franchising", o negócio beneficiou na fase de arranque do apoio técnico e "know-how" da "casa-mãe", a realidade é que nem por isso a implementação do conceito em Portugal ficou livre de entraves.

"A verdade é que quando trouxemos o conceito para cá tínhamos os conhecimentos técnicos mas não a noção de como funcionava o mercado, e a realidade com que nos deparámos foi muito diferente da que nos tinha sido 'vendida'. O sector do turismo português é muito fechado. Saber quem é quem no sector e mostrar o nosso valor e as potencialidades do projecto é um caminho difícil de percorrer", explica Luís Lima.

Ainda assim, os empreendedores parecem ter conseguido ultrapassar com sucesso os entraves iniciais. Garantem que este é um negócio cujas verdadeiras potencialidades só se conhecem depois de estar em pleno funcionamento.

Mesmo quando a crise teima em falar mais alto, Luís Lima e Rui Franco garantem que se trata de "um sector onde vale a pena investir, mesmo quando a economia não atravessa uma fase de particular expansão". Até porque "ninguém deve entrar num negócio a pensar no lucro imediato".

Para Luís Lima, "a Viagens Gheisa" atravessa agora um momento determinante. O empreendedor assegura que o mercado português ainda tem muito para explorar, "quer na criação de novas filiais da Gheisa quer pela via da integração de pequenas agências já existentes no mercado, como forma de aumentarmos o nosso poder negocial, a nossa qualidade, mas também melhorar o sector do turismo nacional".

Uma estratégia que na opinião de Rui Franco só irá beneficiar as ambições de expansão da marca para o mercado estrangeiro. Ainda este ano as Viagens Gheisa deverão abrir a sua primeira filial no Brasil, numa lógica de internacionalização que abarcará todos os PALOP.

Determinação, visão, persistência, "olho clínico" na escolha dos parceiros de negócio, qualidade na prestação dos serviços e muito rigor na gestão são para os dois empreendedores condições basilares do sucesso de qualquer projecto empresarial.

Mesmo sabendo que "o empreendedorismo em Portugal necessita de mais apoios a nível institucional e financeiro para que possa de uma vez por todas sair da cauda da Europa", defende Luís Lima.




BI Empresarial

Nome: Viagens Gheisa

Data da Criação: 2000

Responsáveis: Luís Lima e Rui Franco

Área de Actuação:
Turismo

Investimento Inicial: cerca de 40 mil contos

Número de agências no país: 22

Postos de Trabalho criados: cerca de 55

Lema: Viaje com toda a nossa atenção!

Valores fundamentais: qualidade do serviço prestado, rigor na gestão, dedicação a 100% e muito cuidado na escolha dos parceirosde negócio

Estratégia de expansão:
atingir até ao fim do ano 30 a 35 agências em Portugal, "ganhar" o mercado brasileiro com a abertura da primeira agência ainda este ano e alargar a actividade aos restantes PALOP.

Conselhos: que saiba detectar a oportunidade de negócio e esperar pela melhor altura para implementá-lano mercado, sem precipitações. Estude muito bem o negócio e a sua exequibilidade financeira e se se tratar de um "franchising", procure informar-se sobre quem é o "master".








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