Ruben Eiras
A COMISSÃO Europeia estabeleceu recentemente cinco
indicadores para a melhoria dos sistemas de educação e formação
na UE até 2010.
Esta medida vem no seguimento do cumprimento da Estratégia de Lisboa,
que visa transformar a Europa numa sociedade do conhecimento competitiva
até aquela data.
Os cinco indicadores são os seguintes: o número total de
graduados em matemática, ciência e tecnologia na UE deverá
aumentar pelo menos 15%, ao mesmo tempo que a desigualdade entre os sexos
deverá diminuir; pelo menos 85% da população até
aos 22 anos deverão ter completado o ensino secundário;
a percentagem de insucesso escolar em literacia até aos 15 anos
deverá ter diminuído pelo menos 20% em comparação
com o ano 2000; o nível de participação na aprendizagem
ao longo da vida deverá ser de, pelo menos, 12,5% na população
activa; e o abandono escolar não deverá ultrapassar os 10%.
Uma tarefa que não se vislumbra de fácil concretização
para Portugal, que se debate nos últimos lugares da tabela nos
capítulos da educação e formação, em
particular nalguns dos indicadores de "benchmarking" definidos
pela Comissão. Por exemplo, o abandono escolar situa-se nos 45%,
a taxa de formação contínua de activos é de
3,8% e apenas 20% da população activa possui o ensino secundário
completo.
O cumprimento destes cinco indicadores começará a fazer
parte integrante do relatório do Conselho da Primavera a partir
de 2004. Viviane Reding, comissária europeia para a Educação
e Cultura, refere que a Europa necessita de alvos ambiciosos na área
educativa e formativa para medir e reforçar os esforços
comuns.
"Estes indicadores de 'benchmarking' serão utilizados
como uma forma de estimular o intercâmbio de experiências
e de novas formas de pensar sobre abordagens políticas. Este exercício
comparativo permitirá aos Estados-membros aprenderem uns com os
outros", salienta aquela responsável.
Conhecimento para negócios
O objectivo desta aprendizagem "intergovernamental", segundo
Viviane Reding, é criar instituições de formação
ao longo da vida de primeira categoria em todos os Estados-membros da
UE.
"É uma via crucial para termos uma força laboral mais
qualificada, flexível e também uma sociedade mais coesa
e criativa", sublinha. Isto para que a investigação
fabrique produtos de qualidade e estimule a transformação
do conhecimento em oportunidades de negócio.