Notícias

Turismo na linha da frente

21.01.2005


  PARTILHAR




Cátia Mateus e Digo Archer

O TURISMO tem um papel cada vez mais relevante na economia portuguesa e seu sucesso passa obrigatoriamente pela formação dos recursos humanos. Para a Confederação do Turismo Português (CTP) é notório que «a falta de qualificação dos activos que entraram na área, principalmente na segunda metade da década de 90, não foi devidamente colmatada, tanto do ponto de vista da formação académica como na formação de empresa», refere Atílio Forte, presidente daquele organismo.

 

O turismo acabou por representar uma «autêntica almofada social» na criação de trabalho em Portugal, «apesar dos avisos para o problema da falta de conhecimentos da mão-de-obra recrutada». Na opinião do responsável pela CTP, a actual formação profissional é desadequada às reais necessidades do mercado, «formando-se pessoas numa determinada área da indústria hoteleira quando, na realidade, as necessidades são outras». O responsável acredita que a aprovação no Parlamento dos novos planos plurianuais sectoriais de formação profissionais «deve traduzir-se numa interacção entre os sindicatos e associações patronais, em articulação com a Lei de Bases da Educação».


Accor marca pontos

OS RECURSOS humanos são o factor distintivo numa empresa, mais ainda se a área de actuação da mesma for sustentada pelo contacto com o público. O Grupo Accor, no qual está integrada a cadeia de hotéis Ibis, há muito compreendeu que a competitividade passa pela motivação e qualificação dos seus recursos. Por isso estruturou um programa de formação em que o objectivo é atingir a multicompetência dos profissionais. O Programa Actores, tem uma duração de três anos e pode conduzir os participantes a cargos de direcção.

Manuel Carvalho, director de recursos humanos do Grupo Accor, define este programa como «um modelo de autoformação, não massificada, em que o objectivo é ter conteúdos que constituam uma resposta às reais necessidades de qualificação das várias marcas do universo Accor». A meta é desenvolver as aptidões dos seus colaboradores através de um sistema de avaliação de competências, formação qualificante e plano de carreira estruturado à medida de cada colaborador.

O programa tem uma duração de três anos, período durante o qual os colaboradores do grupo vão alcançando sucessivos níveis de formação: qualificado, perito e líder. Esta formação contempla especialidades que abarcam, por exemplo: recepção, reservas, andares, pequeno-almoço, bar, serviço de cozinha, administração e contabilidade ou manutenção hoteleira.

Para Manuel Carvalho, este sistema de formação tem como princípios o reconhecimento de competências e o desenvolvimento de multicompetências. O responsável reconhece que ainda há muito a fazer pela formação dos profissionais do turismo em Portugal e assegura que a motivação dos colaboradores é um princípio para a melhoria de desempenhos. Neste sentido, preconiza uma formação estudada à medida das necessidades da organização, «que aumente a responsabilidade do colaborado, a sua autonomia e a adaptação às necessidades dos clientes».






DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS