Maribela Freitas
Combinar alimentação, estilo de vida
e alguns medicamentos é a solução para maior produtividade.
A COMPETIÇÃO no local de trabalho cresce dia
após dia e os profissionais querem cada vez mais "brilhar"
na área que escolheram para desenvolver a sua carreira.
Por isso os períodos de trabalho alongam-se de forma crescente,
a pressão para ser o melhor naquilo que se faz é cada vez
maior, o que, aliado à vida stressante de quem mora longe do local
de trabalho e passa horas em filas de trânsito e se queixa de "não
ter tempo para nada", pode levar a sintomas de fadiga e desmotivação.
Como é natural, isto ir-se-á reflectir na produtividade.
E quem é que não se queixa de se sentir cansado,
desmotivado e farto da vida que leva? Quem é que nunca se sentiu
deprimido porque a vida não lhe corre bem e não tem ânimo
para trabalhar? Muitas vezes estas situações levam as pessoas
a recorrer aos profissionais da medicina em busca de um produto milagroso
que aumente o seu bem-estar e produtividade.
Mas como os milagres aparentemente não existem, os profissionais
médicos, sejam da medicina convencional ou alternativa (não
convencional) apenas podem dar conselhos para que as pessoas vivam melhor
e, consequentemente, trabalhem e produzam melhor.
Para a médica Rosa Gallego, "não existem químicos
naturais ou não que possam fazer alguém ser mais produtivo,
na medida em que para que isso aconteça a pessoa tem de começar
por gostar de viver. O que podem é auxiliar".
No consultório do centro de saúde onde trabalha, não
são raros os casos de doentes com patologias como cansaço,
depressões ou mesmo fadiga crónica - que é difícil
de diagnosticar - e que, naturalmente, têm efeitos na sua vida profissional.
No âmbito dos conselhos ou mesmo das prescrições médicas,
Rosa Gallego explica que "existem vários medicamentos no
mercado que a pessoa pode tomar e que ajudam a ser mais produtivo, muitos
deles de venda livre".
Curiosamente realça o efeito das vitaminas, na medida em que verifica
que alguns doentes afirmam sentir-se melhor e "para cima" com
a ingestão de vitaminas. Mas para esta médica o "segredo"
para se ser mais produtivo passa por "mudar de atitude, gostar
de viver, daquilo que se está a fazer e deixar de ter medo da própria
vida".
Fora da medicina convencional ou ocidental, encontramos a chamada medicina
alternativa - que os profissionais desta área intitulam de não
convencional. Aqui encontramos especialidades como a homeopatia ou a medicina
tradicional chinesa onde se integra a fitoterapia que consiste na aplicação
de ervas simples ou compostas em forma de chá, infusão ou
comprimidos.
Também estas especialidades têm uma palavra a dizer para
que os "viciados no trabalho", que se encontram em maré
de baixa produtividade, possam viver e produzir de forma mais eficaz.
Luís Filipe Baião é mestre em medicina tradicional
chinesa e para este especialista "primeiro há que fazer
um diagnóstico sobre a razão pela qual a pessoa se sente
cansada, analisar o que come e o seu estilo de vida. Quando uma pessoa
se alimenta mal ou desequilibradamente, isso pode ser uma razão
para o seu cansaço. As pessoas comem de pé, à pressa
e isso está errado".
Na prática e como explica aquele especialista, há que "analisar
os sintomas do doente, ver os órgãos onde se vai actuar,
não só através da alimentação mas também
da fitoterapia e acupunctura".
Em muitas ervanárias e lojas de produtos naturais, encontram-se
à venda os tais produtos ditos "milagrosos" que evitam
o cansaço. Perante tal cenário, o mestre Luís Filipe
aconselha prudência, uma vez que os chás e ervas têm
princípios activos e nada como consultar um especialista que auxilie
o paciente e o livre da automedicação que pode ser mais
prejudicial que benéfica.
Conjugar o melhordos dois mundos
Além da medicina tradicional chinesa, existem outras áreas
no campo da medicina alternativa. José de Sousa Meireles é
homeopata, e explica que a homeopatia é uma medicina complementar
que "trata o indivíduo como um todo e não apenas
os seus sintomas físicos ou psíquicos".
Acrescenta que "a homeopatia não tem remédios específicos
para o stresse, o cansaço ou a falta de produtividade. Cada pessoa,
de acordo com os sinais e o seu terreno, necessitará de determinados
remédios. Contudo, existem no mercado algumas preparações
de remédios combinados - os chamados complexos - que poderão
ajudar como o Acidum Phosphoricum Complexo n.º5 da Lehning, por exemplo,
que é utilizado na fadiga intelectual, na dificuldade de concentração
e na emotividade".
Mas quando se procura levar uma vida mais produtiva, o segredo talvez
esteja na conjugação da medicina convencional e alternativa.
É neste campo que a médica Fátima Santiago se movimenta
desde há cinco anos quando começou a interessar-se pela
medicina não convencional, fazendo actualmente a conjugação
destas duas.
Numa clínica privada em Lisboa, pratica medicina integrada nas
áreas de acupunctura, penumonologia, alergologia e aconselhamento
alimentar. "Nós somos o que comemos" explica.
"A alimentação é determinante mas tem efeitos
a longo prazo e na sociedade actual as pessoas querem respostas instantâneas
para os seus problemas. Além de uma boa alimentação,
aconselho acupunctura que ajuda a relaxar e actua nas insónias
e depressões", finaliza a médica.