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Trabalhadores precisam-se!

18.06.2004


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Maribela Freitas

O SECTOR da restauração e bebidas necessita de mão-de-obra. O Observatório desta actividade, da Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP), no seu último estudo datado do segundo semestre de 2003, aponta para a necessidade de nove mil trabalhadores para ultrapassar a actual situação de falta de mão-de-obra qualificada.


O Observatório da Restauração (OR) tem por objectivo traçar o perfil da restauração nacional, retratando as empresas do ramo e tentando conhecer as características de um sector que representa mais de 90 mil empresas e 450 mil postos de trabalho. Para isso realiza bianualmente um inquérito aos empresários.

No seu último relatório refere que "a quantidade de mão-de-obra em falta no sector ronda os 9000 trabalhadores qualificados".

Acrescenta que este ramo de actividade "revela uma grave carência ao nível da formação. Estima-se que 10,56% da actual mão-de-obra, ou seja, cerca de 47.500 trabalhadores, necessitem urgentemente de formação profissional qualificada".

Empregados de balcão (8906 trabalhadores), de mesa (9754) e pasteleiros (6361) são alguns dos activos nessa situação.

Para Mário Pereira Gonçalves, presidente da ARESP, "é preciso tentar aliciar os jovens com formação a trabalhar no sector da restauração e bebidas. Apesar deste ser caracterizado por dificuldades económicas, gera emprego e os jovens encontrarão sempre trabalho".

Como o relatório revela, é necessária formação em todas as categorias. Contudo, para a ARESP, a mesma é mais premente nas categorias de cozinheiro e empregado de mesa, profissões onde há mais necessidade de mão-de-obra qualificada, seguida de empregados de balcão e copeiros.

"A formação ministrada pelas escolas hoteleiras, profissionais e centros de formação não é suficiente. O Governo deve providenciar mais formação aos jovens para o sector, pois os que anualmente são formados não chegam para substituir os que se reformam ou abandonam estas actividades", explica Mário Pereira Gonçalves.

No domínio da formação, a ARESP é parceira do Centro de Formação Profissional para o sector alimentar. Em conjunto têm vindo a realizar acções de formação para cozinheiros, empregados de mesa, pasteleiros, etc. Por norma, quem os frequenta tem emprego garantido.

Quanto à remuneração, o OR aponta uma média salarial entre os 500 e 750 euros (49% das respostas), e há quem pague valores inferiores a 500 euros (36%).

Apesar dos valores apresentados, o presidente da ARESP refere que "o nível de remuneração está acima das empresas de comércio e da indústria. Não é pois pelo índice de salários que os jovens fogem do sector, mas sim pelo trabalho intensivo, ao fim-de-semana e nocturno. Há muitos casos de abandono para outro ramo, com salário inferior, mas folga ao fim-de-semana".





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