Vítor Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
O RECÉM-ELEITO presidente da Associação
Nacional de Jovens Empresários, Armindo Monteiro, acusa os portugueses
- em especial os mais novos - de terem muitas ideias mas, depois, não
as conseguirem concretizar - leia-se, transformá-las em empresas
inovadoras e pujantes.
Critica o facto de as universidades não prepararem os jovens para
o empreendedorismo e ainda a falta de visão estratégica
em relação à aposta no mercado ibérico.
É um discurso que até poderíamos considerar adequado,
não fosse o "pormenor" de que nem todos os jovens terão,
porventura, espírito empresarial. Caso contrário não
teríamos médicos, advogados, professores, consultores e
outros profissionais sem os quais o país dificilmente funcionaria.
Seríamos todos empresários.
Mas o que importa realmente transmitir, é que, naturalmente, pode-se
ser empreendedor sem ter que se ser empresário.
Pode-se criar riqueza - além da estritamente económica -
sem ser necessário gerir um negócio. Basta ser-se dono de
um único requisito: ambição. Talvez de mais outro:
inconformismo. Uma certa dose de bom senso e, por vezes, alguma humildade
também não ficaria mal.
Mas ainda mais importante é que, em cada um dos activos deste país,
haja a consciência clara de que quanto mais profissional se conseguir
ser melhor para o bem-estar e para o desenvolvimento colectivo de Portugal.