Marisa Antunes
EM tempos de crise, com o aumento galopante do número de desempregados, uma empresa criou, com sucesso, uma plataforma de teletrabalho através da Internet, estabelecendo a ligação entre «freelancers» e as empresas. O resultado está à vista: em apenas dois anos de existência, o portal Redefreelance.com já tem cerca de 13.500 profissionais independentes na sua bolsa, registados a um ritmo médio de 560 por mês.
A Redefreelance funciona exactamente como um leilão onde as empresas — na sua maioria PME — definem que tipo de serviço pretendem e aguardam depois pelas respostas dos trabalhadores. Estes licitam e as empresas escolhem as melhores propostas. A bolsa de «freelancers» abrange profissionais de todos os ramos, mas predominam os «web designers», os programadores e os tradutores. «A colocação de projectos em ‘market place' não tem custos para as empresas. Em relação aos ‘freelancers', estes necessitam subscrever-se para poder licitar os projectos», explica Luís Martins, sócio-gerente da e-Ventos, empresa que gere o portal.
Existem duas modalidades de inscrição: por uma mensalidade de dez euros, o trabalhador pode licitar e apresentar propostas, mas não está acreditado pela e-Ventos. Caso pretenda a sua acreditação, o que lhe confere também mais credibilidade perante os fornecedores de serviços, o adepto do teletrabalho terá de desembolsar 20 euros por mês. «Cerca de 80% dos profissionais estão acreditados. Para ser ‘freelancer' certificado deve enviar-nos diploma e documentação que comprove a sua licenciatura e formação profissional. No caso dos ‘web designers' pedimos também os portfólios», especifica o responsável.
«A Redefreelance beneficia as empresas e os profissionais que procuram os seus serviços, pois permite menores custos de operação para o fornecedor e uma alta qualidade a preços reduzidos. A divulgação das propostas é feita em minutos e as respostas surgem em horas e não em semanas», sublinha Luís Martins. Criada em Junho de 2003, a Redefreelance.com nasceu da parceria entre Luís Martins, o director comercial e Marco Antunes, responsável pelo desenvolvimento técnico do «site». «Desde o início da nossa actividade, 714 empresas contrataram serviços através da Redefreelance. E só no ano passado, ficaram concluídos 723 projectos, que movimentaram um valor aproximado a 325 mil euros», adiantou Luís Martins.
Além da colocação de propostas em «market place», a Redefreelance possibilita ainda o recrutamento de profissionais. «As empresas podem pesquisar perfis e fazer, gratuitamente, o contacto directo com os ‘freelancers'. Mas há empresários que nos pedem uma ‘short list' de profissionais que se enquadrem em determinado perfil. Por este tipo de serviço cobramos entre 50 a 250 euros», pormenoriza o sócio-gerente. «Mas não damos emprego. Não somos um portal de emprego. O que fazemos é angariar clientes que providenciam trabalhos para um ou mais ‘freelancers'», acrescenta.