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Setúbal incentiva empreendedorismo

30.05.2003


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Fernanda Pedro

DEPOIS de uma carreira de sucesso até chegar ao cargo de administrador de empresa de um grupo financeiro, Rui Barroso de Moura acordou uma manhã e decidiu que iria ser empreendedor.


Deixou para trás um percurso profissional bem sucedido e um óptimo ordenado para ser patrão de si mesmo. Foi assim que se deu início à história de Rui Barroso de Moura, que sem ter uma ideia definida do negócio que iria abraçar aventurou-se no mundo empresarial e revelou-se um verdadeiro empreendedor compulsivo.

Rui Barroso de Moura contou a sua história durante as jornadas de empreendedorismo realizadas pela Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal. Neste evento foram muitos os jovens alunos desta instituição que procuraram tirar o máximo de informação e de dúvidas sobre o empreendedorismo.

Desejando ser também eles, no futuro, empreendedores, ouviram e procuraram saber quais os conselhos que Rui Barroso Moura lhes daria para se iniciarem no mundo empresarial.

Para este empresário, a principal estratégia para ser um bom empreendedor é revelar-se essencialmente um bom comunicador, ter conhecimentos, experiência e contactos. Mas para além disso, o factor sorte também é importante e "sobretudo ter atitude, ou seja mesmo que esteja em baixo tem de mostrar uma atitude positiva", explica o empresário, que acrescenta ainda que, "os empreendedores são uma espécie rara".

É que para o sucesso dos negócios, o empresário aconselha à procura de apoio, quer seja "na companheira, ou companheiro, bem como um importante 'backoffice'". Rui Barroso de Moura referiu também que há regras que se devem respeitar, tais como, "não há negócio que valha um amigo, sozinho é mais complicado, não viver obcecado pelo controle de capital, resistir até certo ponto aos convites que lhes sejam feitos, na altura de chegar o dinheiro dos lucros distribuí-los por quem de direito e não fazer muito alarido dos seus negócios".

Esta foi uma visão diferente de alguém que se torna de um dia para o outro um empreendedor sem que tenha um negócio definido. E para quem ainda não tem uma ideia da área onde poderá actuar, Jorge Humberto Silva, director do departamento de promoção e animação da Região de Turismo de Setúbal - Costa Azul, referiu que nesta região existem oportunidades de negócio em quatro áreas no âmbito do turismo.

Segundo este responsável é possível com pequenos investimentos criar PME de serviços turísticos, como por exemplo; organização de percursos pedestres, de bicicleta, de balão, de cruzeiros no Sado, entre muitas outras oportunidades de serviços.

"Temos cerca de 3500 camas turísticas e precisamos de dar um rosto e uma personalidade ao nosso turismo e a oferta de serviços nesta área não é muito grande e falta por vezes a qualidade. Apesar das cerca de 25 empresas na região a actuarem neste segmento de mercado há ainda muitas por se criarem",
explica Jorge Silva.

Oportunidades de negócio na área do turismo

Outras oportunidades de negócio, podem surgir com o complexo de Tróia. De acordo com este responsável, também serão necessárias empresas de serviços para apoiar este espaço.

Em seguida, surgem a restauração e a gastronomia e "também aqui é necessário apostar na qualidade do atendimento e na criação de atmosfera e a criação de roteiros gastronómicos pode ser uma das oportunidades de negócio". Por fim, não há que descurar a área do turismo náutico. Para Jorge Silva, negócios ligados à navegação podem ser muito viáveis no futuro, "principalmente quando foram construídas as marinas previstas no rio Sado".

E se o incentivo ao empreendedorismo motivou muitos dos jovens presentes nestas jornadas, o exemplo de sucesso da empresa Y Dreams, fundada em Junho de 2000 foi muito importante para dar estímulo a muitos deles. António Câmara, um dos sócios da empresa e professor na Faculdade de Ciências na Universidade Nova de Lisboa no Monte de Caparica, mostrou como se pode fazer crescer um projecto empresarial a partir de parcerias criadas na faculdade.

Esta empresa é orientada para serviços baseados em localização e entretenimento móvel tornou-se líder a nível mundial neste segmento. Depois de relatar o sucesso da Y Dreams, António Câmara revelou que desde o primeiro dia que a empresa tem lucros: "em 2002 conseguimos quatro milhões de euros de lucros e em 2007 queremos estar em Nasdaq".

Na verdade, foram muitos os jovens universitários que ficaram com a ideia de que a criação de um emprego pode ser a solução para a difícil tarefa que vão encontrar quando ingressarem no mercado de trabalho.





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