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Uma vida a aprender

30.05.2003


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Ruben Eiras

COM um tecido demográfico mais envelhecido, as universidades têm que apostar no desenvolvimento de soluções de formação pós-graduada, orientadas para a aprendizagem ao longo da vida.






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Esta mensagem foi difundida em praticamente todos os painéis de debate do Mercado Mundial de Educação (World Education Market), que se realizou na semana passada no Centro de Congressos de Lisboa.

De acordo com os dados apresentados por Ronald Perkinson, consultor da International Finance Corporation, do Banco Mundial, os alunos com formação superior nos países da OCDE aumentarem de 22% para 40%.

E mais de 40% dos licenciados americanos e europeus já ultrapassaram os 25 anos de idade. Outra tendência salientada por aquele especialista é que os programas de pós-graduação estão a ganhar importância na progressão de carreira. "Por isso, a aprendizagem ao longo da vida está a atrair um novo perfil de alunos, mais diversificados, mais idosos e em 'part-time'", refere Ronald Perkinson.

Outra nova realidade a que o sistema universitário terá que se adaptar é a adopção do conceito de aprendizagem da formação: equipar os alunos com diversas competências técnicas específicas de determinado sector ou segmento empresarial.

O estrangulamento financeiro é outro dos desafios que as entidades universitárias terão de enfrentar nos próximos anos.

A própria Viviane Reding, comissária europeia da Educação e da Cultura, que esteve presente no evento, reconheceu que o financiamento público do ensino superior "atingiu o limite".

De acordo com aquela responsável, a solução passa pelas universidades criarem as suas fontes de rendimento, através de uma maior ligação ao tecido empresarial local. "Devem construir soluções de formação que respondam às necessidades de competências das empresas", sugere.

Mercado global


Uma das outras vagas que está a afectar o funcionamento das universidades é a globalização. "O mercado do ensino superior agora é global e as instituições universitárias têm que se esforçar para captar os melhores alunos, provenientes de qualquer parte do mundo", frisa Carl Dahlman, outro especialista do Banco Mundial.

Os números não enganam. No espaço da OCDE, as estatísticas apresentadas por aquele responsável constatam que mais de um milhão e meio de estudantes frequentam universidades estrangeiras. Um mercado estimado em mais de 30 biliões de euros.

Neste plano, aquele investigador indica que os programas e acordos de certificação internacional de graus de ensino superior irão intensificar-se nesta década. "É inevitável a emergência de uma ou várias entidades internacionais que irão determinar as normas de qualidade e os seus processos de cumprimento, para assegurar uma harmonização transnacional da avaliação do ensino", refere.

A formação a distância também está a penetrar no meio universitário a ritmo acelerado. Segundo Ronald Perkinson, o "e-learning" é o subsector com o crescimento mais rápido. Na Europa, cerca de 20% dos alunos já aprendem nesta modalidade pedagógica.





9 tendências

1 - No ensino superior, mais de 1,6 milhões de alunos estudam fora do seu país de origem

2 - As instituições educativas estão a tornar-se globais através de três vias: presença física em países estrangeiros, associações com universidades locais e cursos baseados em internet

3 - O Acordo Global para as Transacções Comerciais (GATS) está a puxar pela liberalização dos serviços educacionais

4 - Criação de mecanismos múltiplos para a formação contínua além do sistema de educação formal

5 - Explorar o potencial das tecnologias de informação e comunicação para expandir as oportunidades de formação

6 - Sistema educativo necessita de ensinar os estudantes a como aprenderem ao longo da vida. Isto implica melhores metodologias pedagógicas e abordagens interdisciplinares que transmitam competências-chave.

Fonte: Carl Dahlman, Banco Mundial, 2003






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