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Secretárias à distância

07.01.2005


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Maribela Freitas

AOS 41 anos de idade Ana Lopes do Rego sente-se realizada com o caminho profissional que escolheu. Depois de quase vinte anos a trabalhar por conta de outrem na área do secretariado, resolveu dar uma volta à vida. Arriscou na criação de um negócio próprio e abriu a Transire, uma empresa de serviços de tele-secretariado.


Com um curso de secretariado e uma larga experiência de trabalho nesta área, foi óbvio para Ana Lopes do Rego que era neste segmento de mercado que queria desenvolver um negócio próprio. «Em deslocações a vários países europeus deparei-me com pessoas que trabalhavam na área do tele-secretariado e empresas que recorriam a este serviço e fiquei sempre com a ideia de que logo que existisse a oportunidade, teria de implementar este conceito em Portugal», explica Ana Lopes do Rego. Após a saída da multinacional de telecomunicações onde trabalhava aproveitou para descansar durante um ano e ter algum tempo para si e para a família. No decurso desse período de inacção profissional aproveitou para fazer estudos de mercado sobre a actividade que queria desenvolver. Trocou também impressões com amigos sobre a viabilidade do negócio e foi aí que Pedro Moura, seu actual sócio, se mostrou interessado na ideia. Quando a Transire foi criada Pedro Moura estava a trabalhar por conta de outrem e prestava apenas apoio nesta empresa. Há algum tempo deixou o seu anterior trabalho e aos 35 anos de idade tornou-se sócio desta estrutura empresarial, criada em Março de 2003.

Na prática, esta empresa presta serviços de tele-secretariado, assegurando internamente todo o trabalho de atendimento telefónico - através da atribuição de um número de telefone à empresa cliente ou pelo reencaminhamento das chamadas -, recepção e expedição de correspondência, domiciliação de correio e secretariado de uma empresa ou mesmo de um departamento específico de uma organização. O cliente pode dispor de todos estes serviços administrativos externamente, ao longo de todo o dia, sem ter necessidade de ter pessoal no escritório para esse efeito.


Dificuldades iniciais acrescidas

«Dos estudos de mercado que realizei, verifiquei que não há um sector específico para o qual os nossos serviços estão direccionados», refere Ana Lopes do Rego, actualmente já com 35 clientes. Para estes empreendedores as vantagens para o cliente são óbvias, pois «este apenas paga o serviço efectuado e evita as despesas com pagamento de ordenado e impostos que teria com um funcionário ao final do mês. Além disso prestamos um serviço das nove da manhã às oito da noite, de segunda a sexta, sem problemas de férias e absentismo».

No entanto, para Ana Lopes do Rego «é difícil implementar um negócio destes em Portugal». É que na sua opinião esta ideia de não ter uma secretária em pessoa na empresa pode ser difícil de conceber para os clientes mas garante que aspectos como confidencialidade e eficiência são assegurados. Tudo passa pela mentalidade e abertura a novos conceitos. Daí que não seja de estranhar que o primeiro cliente da Transire tenha sido uma empresa estrangeira.

Quanto ao investimento inicial, a Transire - que está a funcionar em Carnaxide - necessitou de 65 mil euros para arrancar. «Recorremos a capitais próprios e grande parte deste bolo foi gasto na parte tecnológica. Recentemente fizemos novo investimento em equipamento e, por isso, ainda não recuperámos o valor inicialmente aplicado», conta Ana Lopes do Rego. Neste momento os dois empreendedores explicam que o negócio está a crescer lentamente. E para o futuro ambicionam vir a descentralizar os seus serviços e ter em várias cidades um centro Transire.

Para esta empreendedora, «a Transire é como um filho e sinto-me muito realizada com o trabalho que estou a desenvolver». O único problema é que nem sempre é fácil conciliar o negócio com a sua vida familiar.

Transire - serviços de tele-secretariado





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