Cátia Mateus
A PRIORIDADE de um candidato a emprego deixou de ser o salário. Pode parecer ironia na actual conjuntura, mas de acordo com um estudo realizado e recentemente divulgado pela empresa de «outplacement» Lee Hecht Harrison, «presentemente os colaboradores estão a colocar menos ênfase nos aspectos monetários e mais nos benefícios e programas que contribuam para um melhor equilíbrio entre carreira e vida privada».
O estudo, realizado a 946 candidatos em processo de «outplacement» permitiu concluir que 57% dos inquiridos estaria disposto a aceitar a oferta de um salário mais baixo, desde que a empresa tivesse uma melhor cultura empresarial. Apenas 4% dos inquiridos assumiram que o salário e demais compensações económicas determinariam a sua opção entre duas empresas.
Com base nestas percentagens Yves Turquin, director-geral da Lee Hecht Harrison Portugal afirmam que «houve uma mudança significativa no que é valorizado por profissionais à procura de um novo emprego».
O director-geral da empresa cita o facto de 47% dos inquiridos neste estudo assumir que entre duas ofertas, estaria disposto a aceitar entre cinco a dez por cento menos do que a oferta salarial mais alta.
Segundo o estudo, «os desempregados procuram nos potenciais empregadores benefícios que lhes permitam desenvolver-se profissionalmente e melhorar o seu nível de vida».
Yves Turquin adianta que «93% dos inquiridos procuram oportunidades de emprego que lhes permitam progredir na carreira, 87% ambiciona sobretudo um horário de trabalho flexível, 67% quer ter participação na tomada de decisões e 60% ambicionam responsabilidades profissionais aliciantes».
O líder da Lee Hecht Harrison esclarece que
«desde que o dinheiro não é considerado o aspecto mais importante pelos candidatos a um novo emprego, as empresas necessitam de atribuir ênfase a benefícios que os potenciais colaboradores procuram».