PORTUGAL é o 5º país da UE com mais empregos
destruídos devido a reestruturações empresariais
- em 2003, cerca de 7,6 postos de trabalho perdidos por cada 10.000 pessoas
empregadas. Os dados são do Centro Europeu de Observação
das Reestruturações (ERM), pertencente à Fundação
Europeia para a Melhoria das Condições de Trabalho. As economias
mais pequenas da União Europeia são as mais afectadas pela
crise que grassa no emprego: a Bélgica sofreu a perda de 13,2 empregos
por cada 10.000 pessoas empregadas, o Luxemburgo 10,4, a Dinamarca 9,2
e a Finlândia 9,5 postos de trabalho.
Segundo aquele organismo, o sector dos correios e telecomunicações
é a grande fonte dos empregos destruídos por processos
de reestruturação. A PT cortou mais 1600 postos de trabalho,
valor que é adicionado aos 6000 empregos suprimidos desde o início
da privatização, em 1996.
A tendência é para reduzir ainda mais a força laboral,
de modo a que no fim deste ano não ultrapasse os 8000 trabalhadores
(há oito anos eram 16.000).
O emagrecimento da mão-de-obra concentra-se nos departamentos
da comunicação fixa e de tecnologias de informação,
com muitos empregados a aceitarem a reforma antecipada ou a despedirem-se
voluntariamente.
De acordo com os números enviados ao ERM pelas organizações
que representam os trabalhadores da PT, estas vagas de despedimentos
têm sido acompanhadas do recrutamento de novos empregados, mas
com contratos precários (80% das novas contratações
são temporárias).
O sector de distribuição de energia é outro das
vítimas da vaga de reestruturações em Portugal,
com a supressão de 2000 empregos na EDP durante o período
de 2003 a 2007. O sector têxtil é o terceiro mais afectado,
com 840 postos de trabalho suprimidos.
Uma força de trabalho com baixas qualificações
não consegue fazer face à disponibilidade de trabalhadores
desqualificados e muito mais baratos no Leste, no Médio Oriente
e na Ásia.