Cátia Mateus
Cerca de 1076 euros ilíquidos foi quanto pagaram, em média, aos recém-licenciados as empresas privadas da base de dados salarial da consultora de recursos humanos Hay Group, durante o ano de 2008. Segundo um estudo realizado pela empresa, 39% das empresas que integram a sua base de dados confirmaram ter uma política diferenciada de salários para os jovens que saem da universidade e ingressam no mercado de trabalho. Contudo, há que salientar que esta percentagem decaiu 3% face a 2007.
De acordo com as conclusões deste estudo, “nos últimos anos as licenciaturas mais bem pagas pelas empresas foram as de Economia e Gestão, sendo que em 2008 as engenharias ultrapassaram-nas pela primeira vez”. Na verdade, a engenharia foi a área que registou maior crescimento de salários para os recém-licenciados face a 2007. Um engenheiro saído da universidade ganha, em média, 1276 euros enquanto um jovem licenciado em marketing se fica pelos 918 euros mensais. Já um recém-licenciado em Gestão ou Economia aufere cerca de 1243 euros mensais. A média salarial das demais licenciaturas situa-se nos 986 euros mensais.
Contudo, o estudo salarial do Hay Group não se restringe aos recém-licenciados e traça algumas previsões para a generalidade das políticas salariais em 2009. Segundo o inquérito, são de prever aumentos médios na ordem dos 3% nas empresas privadas.
As funções administrativa e salarial terão subidas menos expressivas, mas cada vez mais as empresas apostam em aumentos que não dependem dos resultados da empresa, mas sim da sua necessidade de reter talentos. Talvez por essa razão, as empresas utilizem cada vez mais os benefícios extra-salariais como forma de atracção e retenção de colaboradores. O automóvel e o plano de saúde já se tornaram ofertas usuais. A oferta do momento é mesmo os planos de pensões que são cada vez mais apreciados pelos colaboradores face à conjuntura que atravessa o sistema de segurança social nacional.
O Estudo Salarial Hay Group 2008 tem por base inquéritos realizados a 142 empresas, representativas de nove sectores de actividade (energia, finanças, indústria, químico, farmacêutico, serviços, distribuição, bens de consumo e telecomunicações) sobre as suas políticas de retribuição anual, líquida e ilíquida, fixa e variável, bem como os benefícios que praticam. A maioria destas empresas (62%) são multinacionais, 55% possuem um volume de negócios superior a 60 milhões de euros e 38% têm menos de 100 colaboradores.