Vítor Andrade
OUVIMOS frequentemente os políticos dizerem que os portugueses
se acomodam, que não arriscam, e que isso não se compreende
porque, quando vão para o estrangeiro trabalhar, mostram a fibra
de que são feitos e o seu valor enquanto empreendedores.
Pois é, isso até pode ser verdade. E por que é que
será assim? A resposta não difícil. É que,
em Portugal, os portugueses não encontram o ambiente adequado ao
investimento, nem um enquadramento fiscal motivador e muito menos uma
máquina burocrática amiga do empreendedor. Naturalmente
que isso não convida ao risco, não mobiliza o investimento
e não estimula a criatividade.
E é por isso que os portugueses continuam a sair e, em muitos casos,
a vingarem com os seus projectos empresariais em terras mais distantes.
Ganham eles e ganham também os países que os acolhem. Não
é difícil perceber quem perde, pois não?