Maribela Freitas
A Universidade Lusíada está a dar emprego a alunos carenciados com dificuldades em pagar as propinas. Os estudantes podem exercer funções em full ou part-time . Até agora 26 jovens já integraram a iniciativa. O programa de apoio ao pagamento de propinas da Universidade Lusíada foi criado com o objectivo de “garantir a continuação dos estudos aos alunos com dificuldades económicas e de lhes dar preferência no preenchimento de vagas existentes na nossa estrutura administrativa”, explica Pedro Matos Ferreira, director dos serviços de administração escolar da Fundação Minerva/Universidade Lusíada.
Os alunos seleccionados no âmbito do programa podem trabalhar na instituição em part-time ou a tempo inteiro. No primeiro caso “estabelece-se uma permuta e, em troca do trabalho, a propina é considerada paga. Quando o trabalho é realizado a tempo inteiro, os alunos recebem um vencimento como todos os restantes trabalhadores”, acrescenta Pedro Matos Ferreira.
Até agora e dos 26 participantes, três trabalham em part-time e 23 a tempo inteiro. Desenvolvem funções administrativas nos departamentos de secretaria, tesouraria, biblioteca ou auxiliares de acção educativa. “A ideia é que exerçam funções que possam contribuir para beneficiar o seu currículo”, acrescenta o director de serviços.
É através do gabinete de acção social que a Universidade Lusíada tem conhecimento dos alunos que se encontram em situação económica difícil.
No caso de atrasos e dificuldades de pagamento das propinas, o aluno é contactado por este serviço e encaminhado para um dos sistemas existentes para estas situações, nomeadamente Fundo de Apoio ao Estudante (se estiver dentro dos prazos do concurso e reunir as condições exigidas), seguro (no caso da carência resultar de morte ou acidente da pessoa responsável pelo pagamento dos encargos escolares). Caso nenhum destes sistemas funcione, a Fundação Minerva, em função da gravidade, pode conceder uma redução ou mesmo isenção de propinas. Quando surge a necessidade de admitir pessoal para os serviços administrativos, são analisados em primeiro lugar os currículos dos alunos carenciados e escolhidos os cujo perfil e situação económica mais o justifique.
Numa situação de crise como a actual, Pedro Matos Ferreira conta que “é cada vez mais frequente detectarmos alunos com dificuldades. A todos procuramos ajudar, para evitar que deixem de estudar por essa razão”.