Maribela Freitas
Numa altura em que a economia nacional enfrenta problemas de produtividade e qualificação de emprego e que a taxa de desempregados licenciados é alta, a empresa de «outplacement» Transitar recomenda uma reviravolta no mercado de trabalho. Essa mudança passa pelos profissionais com licenciaturas, mestrados e pós-graduações colocarem um desafio às empresas, no sentido de criar valor como retorno no investimento do seu recrutamento e formação.
Vários estudos realizados pela Lee Hecht Harrison revelam que a criação de valor na função que exige maior qualificação é um factor-chave para a geração de retorno de investimento na mente de uma entidade empregadora. Muitas vezes em Portugal, os geradores de emprego sentem dificuldade em encontrar um retorno no investimento e na retenção dos recursos humanos mais qualificados. Assim, a Transitar recomenda que se crie um momento entre licenciados e empregadores, com o intuito de reposicionar os profissionais qualificados no mercado de trabalho, como um investimento e não um custo sem retorno.
Para Yves Turquin, director-geral da Transistar Lee Hecht Harrison Global Partner, o objectivo de qualquer profissional deve ser a criação de valor no exercício das suas funções, devendo passar pela constante reciclagem de conhecimentos e pela preocupação em mostrar no quotidiano da empresa um retorno no investimento relativo aos custos da sua permanência na mesma.
Mas para que tudo isto não seja uma utopia, Yves Turquin deixa alguns conselhos. Aos profissionais licenciados recomenda que promovam a criação de valor: identificando as mais-valias das funções que desempenham e focando-se na concretização dos objectivos que lhes são propostos; ouvindo o que as chefias têm para dizer e não esquecer que a criação de valor deve ser efectivada no dia-a-dia da empresa, seja na transmissão de novas ideias, reformulação de processos de trabalho ou alargamento a outros sectores.
Às empresas o especialista recomenda que: definam para os seus profissionais qualificados objectivos e expectativas, bem como o papel e o retorno que espera dele. Podem ainda tirar partido do grupo de profissionais qualificados dentro da empresa e promover o diálogo e a polivalência de funções. Quanto mais polivalentes são os seus recursos humanos, maior a sua margem de manobra na gestão dos mesmos, finaliza Yves Turquin.