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Prioridade ao turismo

Depois da classificação do centro histórico como Património da Humanidade pela Unesco, há onze anos, Évora passa agora por um novo fôlego de dinamismo no sector do turismo
07.06.2007


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Marisa Antunes
O turismo vai ser o grande motor de desenvolvimento de Évora, “abrindo uma janela de oportunidades para quem vive na cidade e ali quer permanecer”. Em declarações ao Expresso e integrado na iniciativa, o ‘Mês das Cidades', o presidente da câmara municipal falou das suas preocupações e expectativas para a região, lembrando que apesar da elevada taxa de desemprego que marca negativamente a região, as perspectivas de mudança a curto e médio prazo são positivas.

“A nossa taxa de desemprego é, infelizmente, significativa, e também comum ao resto do país. Segundo os dados de Abril, os mais recentes, existia registo de 2100 desempregados, sendo que 50% se situam na faixa etária entre os 25 e os 54 anos, o que nos preocupa bastante porque é um segmento que está no vigor da sua idade activa. Além disso, neste grupo existem 310 licenciados”, pormenorizou José Ernesto d'Oliveira.

Apesar do actual cenário, o autarca acredita que a aposta renovada no turismo poderá dar novo impulso à economia da região. “Existem grandes projectos em curso que aguardam aprovação a curto prazo”, lembra o responsável, acrescentando que o grande objectivo é ver Évora definitivamente incluída na rota do turismo cultural e patrimonial de relevo.

Depois da inauguração há dois anos do Convento do Espinheiro, a primeira unidade de cinco estrelas do Alentejo, prevê-se a construção de vários empreendimentos hoteleiros de primeira e de campos de golfe. O complexo de Almendres, dos Rufinos ou o campo de golfe do Convento do Espinheiro são apenas alguns dos projectos em curso que irão permitir a criação de um número elevado de postos de trabalho.

Mas o turismo é já uma realidade concreta na região e emprega 11 mil pessoas, um número que deverá duplicar após a concretização dos projectos em avaliação, segundo as estimativas da Agência de Promoção Externa do Alentejo (APEA).

Como realça o presidente da câmara, as actividades turísticas têm motivado a abertura de mais unidades de restauração e de empresas de prestação de serviços de consultoria. Também se espera, com alguma expectativa, pela concretização do projecto da indústria aeronáutica. Recorde-se que o grupo francês GECI pretende criar 1000 postos de trabalho directo numa fábrica de aviões Skylander no Aeródromo de Évora.

Mas se no turismo há dinamismo, o mesmo não se pode dizer no comércio. “O comércio tradicional sente as consequências da forma como a cidade tem crescido extramuros e está em crise. Mas nós queremos um desenvolvimento sustentado para o qual contribui o comércio instalado no centro histórico, que queremos que continue vivo para que toda aquela zona não se transforme apenas num centro-museu”, frisa José Ernesto d'Oliveira.

A solução para inverter esta tendência passa, segundo o presidente da câmara, por criar uma espécie de “centro comercial ao ar livre que seja competitivo e dinâmico”. “Precisamos de mais gente no centro histórico e queremos um comércio de qualidade que valorize o centro histórico”, remata ainda o autarca.

Radiografia da cidade

Localização:
Alentejo
Área:
1308.25 km2 (é um dos maiores municípios de Portugal)
Nº de freguesias:
19 freguesias
Nº de habitantes:
56 525 habitantes
Nº de desempregados:
21100 (dados de Abril/IEFP)
Sectores-chave:
Évora tem assistido na última década a uma diversificação progressiva da sua base económica com uma significativa tendência para a terciarização a par de um importante crescimento do sector da indústria transformadora. Apesar disso, a agricultura permanece como actividade de relevo, particularmente ao nível dos concelhos limítrofes da sede de distrito, ocupando ainda uma importante faixa da população activa, como se realça a Associação de Municípios do Distrito de Évora.

O melhor amigo do homem

Desengane-se quem imagina um veterinário no meio do Alentejo a tratar só de vacas, cavalos e outros típicos animais de quinta. Na VetÉvora — um exemplo de empreendedorismo dado pelo presidente da autarquia daquilo que se pretende para a região —, todas as atenções recaem em exclusivo nos cães e gatos, que não dispensam as tosquias, penteados e outros tratamentos de beleza.

“Os alentejanos são pessoas muito afáveis com os seus animais de estimação e cuidam muito bem deles”, realça a médica-veterinária de serviço, Joana Egídeo, uma das proprietárias da clínica, juntamente com Vasco e Cláudia Cruz. Quando a clínica veterinária abriu as suas portas, não existia na cidade mais ninguém que se dedicasse em exclusivo a este nicho de mercado, agora em franca expansão. Hoje, apesar da concorrência que entretanto foi surgindo, a facturação vai de vento em popa.

“Ao começarmos, já existiam veterinários em actividade, mas ninguém que se dedicasse somente aos cães e aos gatos, pois davam essencialmente assistência às quintas da região. Até hoje, nunca nos arrependemos da nossa opção e a carteira de clientes tem vindo a crescer, de forma a permitir-nos criar dez postos de trabalho”, conta ainda a responsável.





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