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Prioridade à motivação

Prioridade à motivação

Manter a motivação das equipas é o grande desafio das empresas portuguesas e é nesta estratégia que estão focados 42% dos diretores de recursos humanos inquiridos no último Barómetro de Recursos Humanos, conduzido pelo grupo de recrutamento Michael Page e agora divulgado.

12.12.2014 | Por Cátia Mateus


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Durante o primeiro semestre de 2014, o principal desafio das empresas esteve centrado na manutenção dos níveis de motivação das suas equipas. Um foco que Inês Paes de Vasconcelos, especialista da Michael Page Human Resources, explica com a conjuntura económica: “o facto de “numa conjuntura económica que foi marcada pelo congelamento de carreiras e salários e pelo downsizing, a motivação e desempenho dos colaboradores que permanecem na empresa acaba por ser a principal preocupação dos departamentos de recursos humanos”, explica. Mas há entre as organizações nacionais outros desafios igualmente marcantes. Por ordem de importância, ao investimento na motivação de quadros (apontado como prioritário por 42% dos gestores), sucedem-se as reestruturações e processos de mudança ou reorganização interna (referidos por 23%).

“O país e as empresas estão atualmente a trilhar o início da recuperação pós-crise e é nesta fase que se deparam com novos desafios e uma nova realidade”, explica Inês Paes de Vasconcelos enfatizando que “o fico principal já não é somente o corte nos custos, mas também a adoção de estratégias de crescimento sustentável no âmbito dos recursos humanos, com a crescente importância da captação e retenção de talento”. Das empresas inquiridas pelo Barómetro de Recursos Humanos da Michael Page, 41% apontam a agregação de funções como a principal mudança a operacionalizar em 2015. Neste contexto, a especialista da Michael Page realça a polivalência e a flexibilidade dos quadros como vantagens competitivas para qualquer perfil. “Ocorreu uma mudança de paradigma. Deixámos de ter funções completamente rígidas dentro das organizações”, refere.

Inês Paes de Vasconcelos reconhece que o período de crise económica, com o congelamento de salários, tornou difícil a retenção e o investimento em novo talento. Desafios também elencados como prioritários por 20 e 10% dos empresários inquiridos, respetivamente. Para contornar as dificuldades da retenção de talento, 26% das empresas optam pela formação profissional e 21% pela celebração do sucesso da empresa com os colaboradores, enquanto estratégias como a oferta de oportunidades de progressão na carreira ou a atribuição de complementos salariais suplementares ou outros benefícios são apenas adotados por 17% dos gestores. Na lista de incentivos à fidelização de talento está também a oportunidade de mobilidade profissional (intercâmbio com outras filiais da empresa) e o aumento salarial, só adotado em 9% dos casos.

“Estamos numa conjuntura económica que já apresenta sinais positivos, contudo não estamos nem vamos voltar à realidade de antigamente pelo que a formação profissional, não tendo custos internos tão elevados como outras soluções, é vista pelas direções de recursos humanos como uma das principais ferramentas a utilizar para a retenção dos seus colaboradores”, explica Inês Paes de Vasconcelos. Na verdade, os resultados do inquérito conduzido pela Michael Page revelam que apenas 27% das empresas perspetiva o aumento de postos de trabalho e 22% a criação de novas funções. Os despedimentos já estão, contudo, na mira da maioria das empresas. Só 10% perspetivam reduzir o seu número de quadros.

Nas empresas que preveem contratar no próximo ano, a maioria dos reforços terá como destino os departamentos comerciais e de marketing, bem como as áreas mais operacionais da empresa. O Barómetro de Recursos Humanos permite identificar os principais desafios sentidos pelas empresas em 2014 e, simultaneamente, antecipar as principais mudanças e as estratégias de retenção de talento previstas para 2015.



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