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Portugueses menos competitivos

A falta de qualidade e organização dos gestores compromete a produtividade empresarial
11.11.2005


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Cátia Mateus

PORTUGAL produz apenas 52% da totalidade do que é produzido nos Estados Unidos da América. O Relatório da Produtividade, dirigido por docentes da Escola de Economia e Ciência Política de Londres e realizado pela consultora Proudfoot, revela a produtividade nos EUA é superior em 8% à da União Europeia e excede em 31% a média alcançada pelos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). De acordo com o documento, é a falta de qualidade dos gestores que compromete o desempenho das empresas e leva ao desperdício de muitas horas de trabalho.

Este estudo, onde os autores contrastam a produtividade dos EUA com a média dos 15 países integrantes da UE antes do alargamento, revela que, apesar das diferenças no índice de produtividade, «Portugal apresenta quase o mesmo número de horas trabalhadas no que nos EUA (tem menos 3%) e ultrapassa mesmo, em um por cento, a referência norte-americana na população que participa no mercado de trabalho».

Os economistas envolvidos no estudo explicam, no entanto, que os dirigentes das empresas não estão completamente cientes da importância da boa organização do processo produtivo para aumentar a produtividade. «Os gestores parecem dar mais importância ao investimento do que à reestruturação do funcionamento da empresa», pormenorizam. O estudo menciona ainda a existência de uma grande quantidade de trabalho que é desperdiçada. Uma realidade atribuída a uma direcção inadequada do trabalho e a deficiências no sistema de planeamento e controlo da gestão.

De acordo com o documento, o desperdício de trabalho é geral nos países considerados e está estimado entre 5 e 9% do PIB. O levantamento efectuado em 13 sectores de actividade e 12 países, denuncia ainda «uma falha espantosa na organização das reuniões em grande parte das empresas». A título de exemplo, os autores identificaram 150 reuniões em 50 empresas, nas quais metade não tiveram uma ordem de trabalhos devidamente preparada.





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