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Petróleo: fonte de emprego

Petróleo: fonte de emprego

Na última década, a qualificação dos engenheiros portugueses tem atraído a atenção de um número crescente de multinacionais em vários de setores de atividade. O do petróleo e do gás é um dos exemplos de peso. Nos últimos anos tem vindo a aumentar o número de empresas que colocaram as universidades portuguesas no seu plano estratégico de identificação de talento. Recrutam-se em Portugal engenheiros, com especializações orientadas para o sector de Oil & Gas, para operações na Noruega, Dinamarca e em vários outros países. Mas também já há empresas internacionais a sediar atividade em Portuga. A acompanhar a tendência, o país  está a reforçar o ensino nesta área.

31.07.2014 | Por Cátia Mateus


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Um estudo recente da Underwater Technology Foudation (UTF) avança que num horizonte não muito distante, em 2020, o sector do petróleo e do gás poderá gerar a nível mundial qualquer coisa como 150 mil novos empregos. Com esta análise a UTF procurou avaliar a carência de recursos humanos qualificados no sector e concluiu que as necessidades profissionais da área são “insaciáveis” e que em muitos países a carência de mão-de-obra qualificada será difícil de resolver. Uma visão que a Deloitte tem vindo a reforçar desde 2012, com base nas conclusões do estudo “Talent 2020”, que aponta a retenção de talento nesta área como “crítica para o sector”. É este cenário que tem colocado os engenheiros portugueses na mira de algumas das principais multinacionais do sector. Só na Noruega, Arild Ulsed, responsável comercial da Embaixada da Noruega em Portugal, estima que trabalhem já perto de 3000 portugueses. Por cá, garante o responsável, as empresas norueguesas do sector do petróleo e do gás poderão também criar milhares de novos postos de trabalho.

National Oilwell Varco (NOV), Subsea 7 e Lusotechnip serão, provavelmente, a face mais visível desta “atração” das multinacionais petrolíferas pelos engenheiros portugueses. Juntas, as três empresas, perspetivam a criação de mais de 700 postos de trabalho em Portugal, além vagas que já criaram e continuam a criar para profissionais portugueses nas diversas operações que têm várias geografias.

Desde que entrou em Portugal, em 2013, a NOV já duplicou a sua operação e iniciará em setembro um novo processo de recrutamento. A relação da empresa norueguesa com as universidades e os profissionais portugueses é já longa e sólida. Há oito anos que a NOV recruta em Portugal e segundo Kenneth Kaarikstad, diretor de Operações da empresa em território luso, “a competência técnica que reconhecemos aos profissionais portugueses faz com que continuemos a recrutá-los não só para a operação que estamos a consolidar a nível nacional, mas também para as diversas operações que possuímos globalmente”.

Em Portugal a empresa integra já cerca de 70 profissionais, maioritariamente engenheiros de áreas ligadas ao sector petrolífero. A meta, explica Kaarikstad é “alcançar os 15 ainda antes do próximo verão”. Está previsto para setembro um novo aumento da equipa nacional e a NOV já de olho no talento português. Uma estratégia que tem servido de âncora para o sucesso da marca. Segundo Frod Jensen, vice-presidente da empresa “em Portugal conseguimos aceder a engenheiros altamente qualificados, oriundos de boas universidades e com elevados padrões de ética profissional”, valor que considera vitais e que têm permitido aos profissionais lusos “uma excelente adaptação à cultura organizacional da empresa”. O vice-presidente explica que a orientação da empresa é o recrutamento de engenheiros mecânicos, eletrónicos e de automação, bem como engenheiros de estruturas ou com especialidade direta na área do petróleo. Orientação semelhante têm a Subsea7 e Lusotechnip, com uma capacidade de máxima de instalação de, respetivamente, 300 e 100 profissionais nas suas operações nacionais.

Para Arild Ulsed, o número de empresas norueguesa com intenções de sediar atividade em Portugal está aumentar. O responsável comercial da Embaixada da Noruega explica que “Portugal é para as empresas norueguesas um destino muito atrativo pela competência técnica dos seus profissionais e pela sua localização geográfica”, permitindo a entrada em mercados lusófonos relevantes para o sector do petróleo e do gás. Em marcha estão também diversos protocolos de cooperação Noruega-Portugal que poderão viabilizar a criação de novos postos de trabalho.

Para os especialistas, o sector do petróleo e do gás é uma das áreas de formação em que vale a pena investir em Portugal. Instituições como o Instituto Superior Técnico, por exemplo, já reforçaram a sua oferta nesta área com o Mestrado em Engenharia de Petróleos e a própria Galp Energia criou também um programa de mestrado nesta área em parceria com a Universidade de Herriot-Watt e o Instituto do Petróleo e do Gás. A meta é qualificar profissionais para resposta às necessidades das empresas nesta que é uma área de futuro.



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