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Os zeladores do Algarve

Quando a maioria desfruta do seu momento de lazer, eles não podem tirar férias
25.08.2006


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Marisa Antunes

CALOR e Verão em Portugal são quase sempre sinónimo de Algarve. A grande maioria dos portugueses que vai de férias cá dentro nesta altura do ano não dispensa uns dias nesta região que chega a receber cerca de um milhão de turistas durante o mês de Agosto. Em muitos concelhos algarvios o número de moradores, ainda que temporários, multiplica-se três, seis ou até sete vezes. As praias, o principal cartão de visita, tornam-se subitamente apinhadas. Para assegurar que os areais estejam aprazíveis, os passeios, jardins e ruas limpos e tudo o resto funcione dentro das melhores condições possíveis, existe um «batalhão» de trabalhadores municipais que nesta altura do ano está bem longe de poder tirar férias.

Aliás, em Albufeira, nem o presidente da Câmara descansa no mês de Agosto. «Eu nunca tiro férias neste mês e peço aos meus vereadores para fazerem o mesmo. O nosso concelho passa de 60 mil para 400 mil pessoas durante os meses de Verão, por isso temos o nosso pessoal da limpeza das ruas e praias, do abastecimento de água e das condutas de saneamento a trabalhar a todo o gás», garante o presidente da Câmara de Albufeira, Desidério Jorge Silva.

Para estes serviços básicos cruciais, a autarquia emprega directamente 200 pessoas. Um número que é reforçado por mais 200 funcionários das empresas ACE e CESPA, que têm respectivamente as concessões da recolha de resíduos e limpeza das ruas e da manutenção dos espaços verdes.

Um outro concelho com grande procura de veraneantes é Portimão. Quando chega o Verão, a equipa de dez cantoneiros responsável pela limpeza das praias é duplicada para assegurar que os seis quilómetros de areal do concelho apresentem as melhores condições possíveis. «São cerca de 20 os trabalhadores que se dedicam só à recolha das papeleiras, limpeza dos passadiços e desmatação», pormenoriza João Rosa, responsável pela EMARP, Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão.

Depois existe ainda especial cuidado na limpeza de certas zonas turísticas como a marina de Portimão e toda a zona ribeirinha frente ao rio. Num concelho onde existem muitas segundas habitações que estão paradas durante todo o ano podem ocorrer problemas de canalizações ou de entupimentos de esgotos, havendo por isso também um reforço de piquetes para este tipo de serviços.

«No total, a EMARP emprega 389 pessoas, 220 das quais só na recolha de resíduos. São eles que asseguram o funcionamento dos serviços de limpeza, recolha de resíduos e saneamento básico quando o concelho deixa de ter apenas 50 mil residentes e passa a ter 150 mil»
, lembra o responsável da empresa municipal, que se destaca ainda pela multiplicidade de nacionalidades dos trabalhadores, 13 no total, entre brasileiros, angolanos ou ucranianos.





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