Vítor Andrade
A OFERTA de trabalho registada no EXPRESSO Emprego durante os primeiros
três meses de 2005 sofreu uma ligeira quebra comparativamente a
igual período do ano anterior. Com efeito, entre Janeiro e Março
deste ano passaram pelas páginas deste caderno do EXPRESSO menos
10 ofertas de emprego que no primeiro trimestre de 2004. Uma diferença
insignificante se tivermos em conta o total das ofertas de trabalho em
questão. Na verdade, passou-se de 3939 (em 2004) para 3929 (em
2005). Torna-se, pois, para já, difícil falar em retracção
da oferta, visto a variação ser mínima durante os
períodos em análise.
O mês de Janeiro foi o mais dinâmico deste ano em termos de criação
de emprego, com um total de 1469 ofertas registadas. A segunda semana
deste mês foi particularmente activa, tendo-se contabilizado mais de
400 ofertas de trabalho.
Coincidência, ou talvez não, a verdade é que após o acto eleitoral de
20 de Fevereiro as quebras semanais de oferta de trabalho têm-se sucedido.
Assim, de 370 ofertas registadas em 26 de Fevereiro, passou-se para
163 na semana que terminou em 25 de Março de 2005. O que não tem parado
de aumentar é o nível de exigência dos empregadores face à mão-de-obra
que pretendem contratar. Entre os requisitos mais exigidos a quem pretende
ocupar um lugar é a posse de experiência profissional anterior, apresentada
quase sempre como determinante.
Na primeira semana de Janeiro, por exemplo, mais de 84% das ofertas
faziam referência àquele predicado. E se isto até pode ser bom para
quem pretenda mudar de emprego - com um passado profissional que ateste
as suas aptidões -, já não o é para aqueles que agora procuram o seu
primeiro emprego, pois esses pouco mais têm no currículo que as referências
à formação académica obtida nos últimos anos.