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Oferta estagnada

Em 2005 houve menos 171 ofertas de que no ano anterior
17.02.2006


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Vítor Andrade
A OFERTA de trabalho praticamente estagnou em 2005. Pelas páginas do EXPRESSO/Emprego passaram 15.104 ofertas — menos 171 do que no ano anterior, o que representa uma variação negativa de 1,12%. O comportamento da oferta acaba por espelhar o que se passou na economia nacional, que praticamente não cresceu em 2005. E não cresceu porque muitas empresas não investiram na criação de valor.

Segundo alguns analistas, os empresários estão mais preocupados em gerir a conjuntura de crise do que em preparar estratégias de médio e longo prazo. As áreas de baixo valor acrescentado foram as mais favorecidas pela oferta, de onde se destaca o sector das vendas. Com efeito, o ano até nem correu mal para Delegados Comerciais, Vendedores, Delegados de Informação Médica e Chefes de vendas.

O mesmo já não poderão dizer, por exemplo, licenciados em sociologia, direito, economia, gestores de recursos humanos, engenheiros de telecomunicações, químicos, do ambiente, do ramo alimentar e também da área têxtil. Olimpicamente ignorados pelo mercado, durante todo o ano de 2005, foram ainda jornalistas, técnicos de internet, controladores de qualidade, formadores, pilotos, engenheiros veterinários, técnicos de relações públicas, directores administrativos e, surpreendentemente, empregados de hotelaria e directores hoteleiros.

Surpreendente porque, afinal, em Portugal o turismo representa já 11% do Produto Interno Bruto, e custa a perceber como é que o mercado de trabalho neste sector não evidencia um pouco mais de dinamismo. Um dado curioso a reter é que, ao longo de todo o ano de 2005, a presença das empresas multinacionais no recrutamento esteve bastante abaixo do normal.

Talvez esta seja uma consequência directa da quebra do investimento estrangeiro registado em Portugal. Em geral, os empregadores continuaram a preferir mão-de-obra experiente e a não dar muita importância ao requisito «licenciatura».





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