Vítor S. Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
AO LONGO dos últimos anos foram muitos os portugueses a virar
as costas ao trabalho árduo, monótono e repetitivo, especialmente
nos sectores agrícola, da construção civil e também
de algumas áreas industriais.
Convenceram-se a si mesmos que estariam prontos para aceder a um patamar
de trabalho mais qualificado e exigente - o que é legítimo
e revelador de uma ambição pessoal e profissional digna
de registo. Acontece, porém, que muitos se esqueceram de investir
nas suas próprias competências para se tornarem mais competitivos
e desejados pelas empresas empregadoras. Como não o fizeram, foram
relegados para segundo plano e os lugares que deixaram nos sectores que
abandonaram acabaram por ser ocupados, sobretudo por emigrantes do Leste
europeu. Fica por saber o que irá acontecer àqueles portugueses
que quiseram mudar de trabalho e não conseguiram.