Cátia Mateus
NUM NEGÓCIO em "franchising" saber aproveitar
as oportunidades e identificar o potencial de uma ideia é meio
caminho andado para o sucesso.
Mas será que na altura de optar por este ou aquele negócio
é a perspectiva de lucro rápido que deve determinar a escolha?
Para os especialistas, num mercado competitivo uma empresa deve vencer
antes de mais pela força do seu conceito.Em época de crise,
diferença e inovação assumem-se como grandes trunfos.
É um facto que a conjuntura económica pouco abona a favor
da criação de empresa, mas apesar do apanágio da
crise o espírito empreendedor nacional dá sinais de vigor
e a aposta no "franchising" continua a ter fortes adeptos.
De acordo com o "8º Censos - O Franchising em Portugal",
realizado pelo Instituto de Informação em Franchising (IF),
existiam em 2002 cerca de 354 "franchisadores" a operar no mercado.
Das marcas presentes no mercado cerca de 38% são nacionais.
São os sectores do comércio e serviços que mais dominam
numa modalidade negocial que Eduardo Miranda, presidente do IF, garante
ter ainda "inúmeras oportunidades para trazer marcas inéditas
para o mercado nacional".
A primeira regra para vencer neste objectivo, diz o especialista, é
que "só vale a pena pensar em conceitos que tragam algo
diferente e para os quais, naturalmente, haja consumidores dispostos a
pagar a 'novidade'", quer se tratem de oportunidades nacionais
ou internacionais.
Consciente de que não é fácil "descobrir
o ovo de Colombo", Eduardo Miranda lança um alerta "há
negócios que são tão inovadores, que por enquanto
não há no país mercado que os justifique ou acabam
por se revelar totalmente inadequados aos hábitos de consumo nacionais".
Assim, na altura de optar por um "franchising", mais do que
o sucesso que a marca em causa possa ter no seu país de origem,
é importante saber até que ponto Portugal aceitará
o conceito de negócio.
Para Eduardo Miranda, todos os tipos de negócio podem ser interessantes.
O presidente do IF assegura que "mesmo os mercados maduros não
são oportunidades a descartar já que muitas vezes podem
fazer-se bons negócios". Na opinião do especialista
"um mercado maduro significa que já há um grande
número de consumidores habituados a comprar o produto ou serviço".
Todavia, há que ter em conta que a notoriedade atrai a concorrência,
daí que para Eduardo Miranda "se conseguir encontrar um
conceito que tenha desenvolvido uma nova fórmula para trabalhar
este mercado que vá ao encontro das necessidades do consumidor,
pode estar diante de uma das mais interessantes oportunidades de negócio".
Um bom exemplo terá sido a entrada no país de algumas redes
internacionais de "franchising" nos sectores da lavandaria,
imobiliário e serviços para automóveis. Sectores
bastante maduros, com muitos concorrentes, mas cuja oferta existente não
respondia na plenitude às necessidades dos consumidores.
Na opinião do presidente do IF, são vários os tipos
de negócios que podem ser interessantes na actual conjuntura. Contudo,
a aposta deve centrar-se, segundo Eduardo Miranda, em: "negócios
que não obriguem a uma loja num ponto comercial privilegiado; negócios
onde o investimento do 'franchisado' seja pequeno e com potencial de exploração
em cidades menores e na província ou pequenos serviços básicos
e úteis aos particulares".