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O que o talento quer

Num mundo cada vez mais globalizado é o talento que faz com que as empresas se destaquem como líderes. Mas o que é preciso fazer para atrair os melhores? De acordo com um estudo da Hill & Knowlton a chave parece estar na reputação das organizações
07.03.2008


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Maribela Freitas

A reputação de uma empresa é importante na luta pela atracção do melhor talento disponível no mercado. Esta é uma das conclusões a que a Hill&Knowlton chegou através do seu estudo Corporate Reputation Watch. Estudantes de MBA de todo o mundo querem trabalhar em empresas transparentes, assentes em princípios meritocráticos e que possibilitem desafios profissionais e perspectivas futuras de carreira.

“Com este estudo pretendemos analisar de que forma é que a reputação é importante para atrair o talento”, explica Nadim Habib, responsável pela delegação portuguesa da Hill&Knowlton — uma agência internacional de comunicação e relações públicas. Para tal foram inquiridos 500 estudantes de MBA de elite em universidades conceituadas dos Estados Unidos da América, Europa e Ásia.

Num mundo cada vez mais globalizado, para se ser líder há que ter as melhores pessoas de todos os mercados. Só que este conjunto dos melhores é limitado. Assim, de que forma é que as empresas podem recrutar e reter o talento? Esta não é tarefa fácil e a reputação das organizações importa. Segundo Nadim Habib “a reputação é fundamental na escolha de um emprego porque o currículo que se constrói vai condicionar toda a carreira”.

De acordo com este estudo, os inquiridos consideram muito importante a reputação de uma companhia na altura de escolher o seu futuro empregador. Os estudantes de MBA examinam o valor de um potencial empregador pelas políticas laborais internas, a remuneração e o ambiente que proporciona aos trabalhadores. A qualidade da gestão e do talento aí existente pesam também na reputação de uma companhia. A qualidade dos produtos e serviços; o desempenho financeiro e o potencial de crescimento e a inovação são também importantes na avaliação da reputação.

A fama de uma companhia como empregadora generosa que possibilita oportunidades de crescimento na carreira, são alguns dos aspectos de topo que os alunos de MBA procuram na altura de considerar as suas opções profissionais. Os empregos mais populares estão na área financeira e de consultoria. As indústrias eleitas como as menos atractivas estão relacionadas com áreas químicas, álcool e tabaco. As petrolíferas e farmacêuticas também não são das mais privilegiadas. “Os talentos excluem estas áreas porque consideram que aqui o crescimento possa ser mais reduzido e que não venham a existir grandes mudanças”, comenta Nadim Habib. Já as finanças e a consultoria levam a melhor porque “são sectores-chave para a economia, com grande visibilidade e perspectivas de mudança. Qualquer sector de evolução rápida e que dá perspectivas de carreira, desafios e crescimento, é atractivo para o talento”, acrescenta o responsável português da Hill&Knowlton.

Os inquiridos preferem trabalhar em empresas cotadas em bolsa ou de capital de risco, em detrimento das detidas pelo Estado ou familiares. “O talento procura transparência e daí a preferência por empresas cotadas em bolsa e de capital de risco. São também estas que mais apostam na meritocracia”, salienta Nadim Habib.

Quanto à localização dos futuros empregadores, a Europa Ocidental e a América do Norte são os destinos de trabalho privilegiados pelos alunos de MBA. A maior parte destes estão interessados em se tornar CEO e pensam que nas empresas esta é a posição executiva que mais influencia a reputação das companhias. São ainda de opinião que se uma empresa falha no cuidado com a sua reputação, irá sofrer financeiramente por isso.

Transpondo este estudo para o contexto português, Nadim Habib considera que “tendo em conta que sempre enfrentámos problemas de produtividade, devemos aumentar a transparência e a meritocracia, aspectos valorizados pelo talento que hoje em dia atravessa fronteiras com muita facilidade”.





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